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Domingo, 18 de Agosto de 2002

 

HISTÓRIA DA
DANÇA


De começo, no séc.XVI, quando
o balé era ainda um folguedo, um divertimento de salão, a nobreza italiana (responsável
pela criação da forma) declamava e dançava com acompanhamento musical, em cenários
preparados e com luxuosos costumes, mas sem grande virtuosismo.

Os primeiros balés franceses, do tempo de
Catarina de Médicis, como o Ballet Comique de la Reine, eram ainda uma dança cortesã.
Bem antes disso, o espetáculo que Carlos V de França apresentou ao imperador alemão
Carlos IV (1377) já denotava características das ‘entradas de mouriscas’, mais tarde
transformadas em balé, com grupos de figurantes, cavalheiros mas também, às vezes,
damas, personagens grotescos, com trajes bizarros, a executar danças muitas vezes
licenciosas, que se sucediam a intervalos.

Cada grupo executava seu proprio bailado e, por fim, todos tomavam parte na dança geral,
o grande balé. Tais ‘entradas’ incluiam recitativos, música vocal e instrumental. Aos
poucos, a dança se estilizou, dominou os outros elementos, passou a exigir movimentos
tão refinados e rapidez tão estonteante que o balé deixou de ser uma extravaganza de
bom tom para transformar-se em teatro, coreografia montada e executada por profissionais,
bailarinos, ginastas, atletas. Diversificou-se, depois, em duas modalidades principais:
dança pura, acrobática, de alto requinte técnico, já sem características de bailado
imitativo, enquadravel entre as danças abstratas; e dança dramática, mais próxima do
balé original, de sociedade, como apresentação mímica de uma história ou tema.

Em 1581, o músico italiano
Baltasarini, conhecido como Beaujoyeulx, compôs a primeira peça do novo gênero,
destinada a fazer sucesso em toda a Europa: o ballet de circé, que reunia dança, música
e poesia sobre um tema de tragédia clássica. Com muito fausto, carros alegóricos,
fantasias, o balé italiano ganhou maior unidade dramática, e os enredos do romance
medieval foram substituídos pelos da mitologia greco-romana. Mas tanto no balé abstrato
como no balé dança dramática, a forma criou sua linguagem própria, hierática,
estereotipada, montada sobre uma série de posições e movimentos convencionais, de
ensino rígido e aprendizado obrigatório. Muitos desses movimentos, que são como que o
alfabeto ideográfico do balé, são conhecidos no mundo inteiro pelos nomes franceses:
pointe (dançar na ponta dos pés), par-de-deux (dança a dois) , entrechat (salto em que
os pés se cruzam no ar mais de uma vez, rapidamente).

Grande impulso tomou a dança sob
Luís XIV. Soube atrair os melhores talentos do reino para seus espetáculos, inclusive
Molière. Pécourt e Beauchamp encarregavam-se das danças, enquanto Lully, violinista e
bailarino, compunha a maior parte das músicas. Luís XIV fundou em 1661 a Academia Real
de Dança transformada na Academia Real de Música e Dança (1669). O balé passou,
então, definitivamente da corte para o teatro. Consistia ainda numa série de danças
executadas ao som de canto e música, com argumento mitológico. Os artistas eram agora
sempre do sexo masculino, inclusive para os papéis femininos. Em geral, usavam máscaras
e trajes que embaraçavam os movimentos e dificultavam a respiração.

Em 1681, Lully incluía, pela
primeira vez, mulheres como bailarinas, em seu "O Triunfo do Amor". Os passos
eram terre à terre, isto é, baixos e sem saltos. Foi o grande bailarino Ballon que
incorporou os grandes saltos à técnica rudimentar.

Coube a Charles Louis Beauchamp
elaborar as cinco posições dos pés, que até hoje continuam básicas, enquanto Raoul
Feuillet realizou a primeira tentativa de notação de dança, com sua coreografia ou Arte
de escrever a dança.


Com a morte de Luis XIV, o balé
tornou-se profissional. A Ópera de Paris converteu-se no centro mundial da dança,
durante todo o séc.XVIII. Bailarinas mulheres passaram a ocupar os primeiros lugares nos
espetáculos e contribuíram para o aperfeiçoamento da arte: Marie Camargo criou o
entrechat à quatre, o jeté e o pas-de-basque, encurtou os vestidos até acima dos
tornozelos, escandalizando as platéias, e calçou sapatos sem saltos. Marie Sallé aboliu
o penteado alto e adornado, o corpinho justo e a saia balão, soltou os cabelos e vestiu
uma espécie de túnica de musselina branca.

A mais importante figura da
dança no séc.XVIII foi, no entanto, Jean-Georges Noverre, reformador cuja obra
principal, além de inúmeros bailados, foi Lettres sur la danse et sur les ballets, uma
exposição de leis e teorias do balé, até hoje considerada a melhor do gênero.

Noverre foi o primeiro a argumentar que o balé não era um mére divertissement, mas uma
arte nobre, destinada à expressão e ao desenvolvimento de um tema. Assim, foi ele o
verdadeiro criador do ballet d’action, ou balé dramático, onde toda a história se conta
por meio de gestos e não pelo canto ou pela declamação. Noverre reclamava maior
expressão integrada na própria dança, maior simplicidade e comodidade nos trajes, mais
vastos conhecimentos para os maîtres-de-ballet (especialmente de anatomia), a necessidade
de um tema de fundo para cada balé e não meras danças esparsas e mecânicas. A esse
tempo, salientaram-se os grandes bailarinos Gaetano e Augusto Vestris, criadores de novos
passos.

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