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ALFABETIZANDO CHICO BENTO

Valquíria Miguel Luchezi


Durante alguns anos, tive a oportunidade de oportunidade de alfabetizar alunos de colégios particulares da cidade de São Paulo – Capital.

Trabalhei com crianças de famílias providas de nível sócio-econômico-cultural definidos e portadores de excelentes oportunidades e vivências compensadoras.

Ao chegar em cidade interiorânea, passei a exercer um trabalho onde realizo intervenção psicopedagógica em crianças possuidoras de um “rótulo” classificadas como problemáticas.

Tinham a fama de não seguir o ritmo da sala. Não liam e não escreviam.

Com o passar do tempo, passei a notar, em conversas informais, que o dialeto dessas crianças vinha de um linguajar regional.

Uma das crianças disse-me:

– “Minha mãe me ponhou nessa iscola, purque é mai pertu.” (sac!) 

Passei a pensar sobre essa frase e comecei a analisa-la.

Suas professoras queixavam-se que seus alunos não liam e não escreviam. Seus textos eram todos mal redigidos.

Os alunos escreviam como falavam.

Em casa, seus pais sendo simples e humildes, muitos analfabetos, comunicam-se com seus filhos falando: “Venha ponhar a xicra na mesa.” (sac!)

Eu me pergunto: certo? Errado? Problema de Aprendizagem?

Várias indagações circundavam meu pensamento.

Será realmente problema de aprendizagem?

Será falta de acompanhamento e proximidade no ato de ensinar?

Hoje, como professores, deparamos com salas de aulas super lotadas onde fica difícil dar atenção especial, acompanhamento e maior proximidade no momento de ensinar.

O que está acontecendo é que nosso “Chico Bento” está sendo alfabetizado em conjunto e não está sendo trabalhada sua dificuldade individual.

Em casa falam e ouvem o linguajar popular. Na escola lhe é cobrado a linguagem culta.

Numa produção de texto, quando o aluno escreve “minha irmã pegou uma foia e ponhou na mesa” (sac!) fica sendo considerado fraco e necessitado de reforço escolar.

Justamente é que me pergunto: Será realmente, essa criança, portadora de problema de aprendizagem?

Penso ser necessário nesse momento, realizar um trabalho que consista em lhe mostrar a linguagem mais adequada em escrever e falar.

Lendo histórias em quadrinhos do Chico Bento, personagem criado por Maurício de Sousa, podemos nos deparar com o “caipirês”. É justamente dessa forma que essas crianças se comunicam.

O que devemos fazer é realizar um trabalho consciente fazendo com que a criança perceba as formas de se comunicar, sabendo usá-la a linguagem adequada e se fazendo entender.

Devemos enquanto profissionais da educação, repensar quando afirmamos a deficiência do aluno.

Devemos entender e re-alfabetizar nosso “Chico Bento”. 

Publicado em 01/01/2000


Valquíria Miguel Luchezi – Pedagoga e Psicopedagoga com experiência em Coordenação Pedagógica, Orientação Educacional e Docência na Educação Infantil e Ensino Fundamental, Alfabetização de Crianças e Adultos

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