A FUNÇÃO SIMBÓLICA DAS HISTÓRIAS INFANTIS E AS FANTASIAS INCONSCIENTES
Taís Aparecida Costa Lima
O presente artigo apresenta uma reflexão sobre a
possibilidade de articular a simbologia dos personagens das histórias
infantis com a formação simbólica do sujeito, buscando a elaboração dos
conflitos emocionais e cognitivos no sentido de servir como instrumento para o
tratamento das dificuldades de aprendizagem
I-INTRODUÇÃO
A capacidade de simbolizar nasce com o ser humano e
estrutura-se a partir de dois movimentos: conhecer o objeto e perder o objeto.
Simbolizar é sentir a perda. É olhar e substitutir o objeto
perdido por outro. Daí a importância do estudo da função simbólica na
Psicopedagogia, uma vez que, para que ocorra a aprendizagem é necessário
perder um objeto para então ganhar e apropriar-se de outro. A vida é também
uma troca. Quando substituímos, simbolizamos e então amadurecemos.
Passamos por momentos de perdas importantes: as castrações
umbilical, do desmame, a fálica, processos esses vividos entre os três e cinco
anos e de grande relevância quanto à formação semiótica, que nos permite
simbolizar o mundo, e se instala por volta de dois anos.
No período de latência, a energia dispensada na questão
edípica é sublimada, substituindo o objeto de desejo pela busca do
conhecimento. O Complexo de Édipo e a Angústia da Castração são portanto,
fundamentais para a estruturação da personalidade e fundamentação do desejo
de ter, ser e saber.
As histórias infantis como referências simbólicas a essas
questões inconscientes constituem um importante instrumento no espaço
psicopedagógico tanto no tratamento de crianças quanto no de adultos, uma vez
que remetem ao sonho, à fantasia e iluminam o ser humano no que lhe é
próprio: a capacidade de sonhar e simbolizar.
II – A SIMBOLOGIA NA PSICANÁLISE
Freud buscou a maior parte de suas concepções a respeito do
desenvolvimento, ouvindo relatos de adultos ansiosos a respeito de suas
experiências infantis.
Para ele a palavra símbolo tem um sentido restrito, pois
refere-se a imagens internas ligadas direta ou figurativamente ao que elas
significam.
O símbolo é uma pulsão representativa que pode estar
ligada às fantasias sexuais.
Faz-se necessário examinar a relação entre a formação de
um ideal e a sublimação. Enquanto a sublimação diz respeito à libido
objetal e consiste no fato de o instinto se dirigir no sentido de uma finalidade
diferente e afastada da finalidade na satisfação sexual a idealização diz
respeito ao objeto.
Segundo Lacan (in:Rappaport, 1992), a noção de objeto está
vinculada à noção de uma falta e sua relação se apresenta junto com o
problema de estruturação do desejo numa relação de transferência, enquanto
para Freud (1997) o objeto aparece em relação à pulsão e em relação ao
amor.
A formação de um ideal do Ego surge como um substituto do
narcisismo perdido na infância. Se por um lado, o Ego por medo de castigo,
obedece ao Superego – formado em sua origem pelos personagens temidos-; por
amor, submete-se ao ideal do Ego – formado pelos personagens amados.
As pulsões são energias – libido -, forças que fazem o
organismo procurar uma meta, um objetivo.
A pulsão de vida está ligada a um jogo de representações
ou fantasias que a especifica e depois se organiza e ao funcionamento das zonas
corporais erógenas, mais suscetíveis de acompanharem as atividades diversas em
que se apoiam.
Começa fragmentada em pulsões parciais cuja satisfação é
local e pulsão de morte que contrapõe-se ao princípio do prazer e tende para
a redução completa das tensões; tende a reconduzir o ser vivo ao estado
inorgânico. Inicialmente voltada para o interior e tendendo à auto
destruição, pode ser dirigida para o exterior, manifestando-se sob a forma de
pulsão de agressão ou de destruição.
Por volta dos 4 aos 7 anos, o filho começa a desejar a mãe
para si mesmo e a odiar, de certa forma, o pai como um rival que obstaculariza
esse desejo.
Para sobreviver, toda criança deverá contar com uma figura
em cujo desejo ocupe um lugar fundamental e deverá perder esse lugar por
injunção dessa mesma figura, na medida em que assume o seu próprio desejo e
se torne um sujeito. A perda do lugar privilegiado junto à figura materna é
atribuída a um rival seja ele real ou imaginário.
Assim, podemos dizer que o objeto não tem um significado
próprio, não é desejável ou indesejável pelas suas qualidades ou defeitos.
De alguma forma, todos os objetos que queremos ou tememos têm o seu valor ou
ausência de valor, explicados pela estrutura do desejo.
A situação edipiana representa o momento em que a criança
sai da condição de objeto de amor das figuras de pai e mãe para assumir sua
posição de sujeito. De desejada passa a desejante e é nesse momento que
precisa escolher um modelo de identificação sexual.
O brinquedo da menina com uma boneca, de início é uma
identificação com a mãe ativa e em seguida, a boneca representa o filho do
pai.
O menino, por exemplo, identifica-se com o pai, passando a
desejar o amor da mãe, mas esta lhe é proibida, principalmente enquanto figura
portadora de amor incondicional. A criança procura então, tornar-se o sujeito
absoluto, expulsando o pai de seu lugar, mas fracasssa, porque ninguém pode ser
único para outro ser humano e atribui esse fracasso à vitória do rival.
O declínio do complexo de Édipo para o menino acontece com
o complexo da castração. Como a excitação sexual está liga a seus desejos
edipianos a ameaça de castração também está ligada a esses desejos. Essa
ameaça começa a Ter efeito com a visão dos órgãos genitais femininos
desprovidos de pênis. Associa essa castração à modelos antigos como a
privação do seio e a separação das fezes que o fizeram conhecer a perda de
partes do seu corpo. O menino vive então um conflito entre seus desejos
libidinais e o narcisismo.
Nas meninas, o complexo de Édipo torna-se possível e é
promovido pela castração, pois a visão do pênis dos meninos levam-nas a
sentirem-se inferiores querendo compensar a falta pela inveja do pênis. Essa
inveja do pênis pode tornar-se ciúme. A menina passa a querer mal à sua mãe,
por tê-la feito sem pênis, acusando-a de amar mais os outros filhos e se
afasta dela. Passa então a desejar Ter um filho do pai e a ver a mãe como sua
rival.
Lacan (1977) divide o complexo de Édipo em três tempos. O
primeiro tempo é o do idílio amoroso da mãe com o filho, amor esse que
constrói a erogenização do corpo da mãe com o filho. Nesa relação,
organizam-se ainda em idade precoce, os gastos de sedução recíprocos, cujo
conteúdo ilusório significa uma certa transgressão da proibição e nesse
momento importa a capacidade da mãe de emitir mensagens de sedução, de cuja
interpretação pelo filho, dependerá parte de seu futuro de ser sexuado. Sobre
a proibição surge a figura do pai para reacomodar as certezas que definem o
idílio mãe-filho e fazer-se de veículo de lei social de estruturar o interior
dessas proximidades.
No segundo tempo, o pai se apresenta como figura capaz de
realizar a função de corte. É o momento que Lacan chama "pai
terrível". No terceiro tempo reaparece o pai já sob a forma de pai
permissivo, o que dá condição de acesso à mulher sob o modelo da mãe
proibida. É agora polo das identificações sexuais do filho e de seus ideais
sociais.
III- A SIMBOLOGIA DAS HISTÓRIAS INFANTIS
Charles Perrault foi o primeiro, na França, por volta de
1685, a publicar contos maravilhosos. Em 1691 aparece sua primeira narrativa em
versos – Marquise de Salusses ( A Marquesa de Salusses) ou La Patiencie de
Grisélidis ( A Paciência de Grisélidis). Os Desejos Ridículos publicado em
1963 foi seu segundo conto em versos. Em 1694, nasce Pele de Asno, também em
versos.
Em 1696 edita A Bela Adormecida. Em 1697 surgem 8 contos em
prosa como Os Contos da Mamãe Gansa: A Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho,
Barba Azul, o Gato de Bvotas, As Fadas, Cinderela ou o Sapatinho de Cristal,
Riquet de Crista e O Pequeno Polegar.
Pode-se considerar hoje que esses contos atribuídos a
Perrault eram inicialmente destinados aos adultos e crianças de classes cultas
pois terminam com uma lição de moral.
Hans Christian Andersen, nasceu em 1805 na Dinamarca e morreu
em 1875. Teve uma infância difícil numa família pobre em que a morte do pai o
deixou aos 10 anos, aos cuidados de uma mãe alcóolatra, uma irmã prostituta e
uma avó extremamente seca e rude. A partir daí, desenvolveu simpatia pelos
mais fracos.
Escreveu contos falando sobre esse tipo de pessoas e quase
todos tem um final feliz. Especificamente a história O Patinho Feio retrata, de
uma certa forma, a vida pessoal do escritor e seu difícil percurso.
Em 1835 os primeiros contos são lançados com o título
Aventuras contadas às crianças. Publica 156 contos de maneira que alguns são
tirados da tradição oral como A Princesa e a Ervilha ou O Companheiro de
Viagem.
A partir de 1843, escreve contos que ele mesmo inventa como A
Pastora e o Limpador de Chaminés, O Soldadinho de Chumbo e O Pinheirinho.
Os irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, que viveram entre 1785 e
2859 foram filósofos e folcloristas. Recolhendo da memória popular as antigas
narrativas, lendas ou contos, conservados pela tradição oral, tinham como
objetivo o levantamento lingüístico para fundamentação dos estudos da
língua alemã e a fixação dos textos de seu folclore literário, no entanto,
seu trabalho resultou numa das obras primas da literatura infantil: Os Contos de
Grimm, trrazendo uma nova preocupação com as crianças.
Pinóchio, escrita em 1881 por Collodi; As Aventura de Alice
no País das Maravilhas e Do Outro Lado do Espelho, de Lewis Carrol’s; Peter
Pan, de James Barrie e O Mágico de Oz, de L.Frank Baum, entre outras
histórias, embora não sejam considerados contos de fadas e sim contos
modernos, são histórias infantis que trazem ainda toda a sabedoria e
simbologia dos contos de fadas.
Durante muitos anos, os contos de fadas e outras histórias
infantis estiveram presentes nas horas que antecediam o sono das crianças de
milhares de famílias. De uma certa forma e ainda que inconscientemente nossos
pais e avós nos permitiam fantasiar e simbolizar, dando asas à imaginação,
algumas questões que precisavam ser elaboradas.
A cada história, podemos traçar novos caminhos, novas
articulações e novos significantes de acordo com as necessidades.
Encontramos nas histórias infantis, "disfarçados"
em personagens ou no enredo, as instâncias psíquicas, as pulsões, a questão
simbiótica da relação mãe-criança, a vivência das questões edípicas e da
angústia da castração.
Vivemos e convivemos com a ambigüidade das figuras materna e
paterna; a mãe boa, a mãe suficiente e necessariamente má, o pai omisso, o
idealizado, o real, o fantasiado, o terrível. Convivemos também com a
rivalidade fraterna, com o ciúme, com o irmão que passa, por transferência, a
perseguidor. Voltamos à cena primária, aos desejos de justiça e aos castigos
merecidos.
Como alguns dos principais elementos simbólicos dos sonhos e
contos temos as fadas, que pronunciam votos positivos no nascimento do herói,
que ajudam no parto e dão sobretudo, bons conselhos, têm o papel de uma
madrinha que deve proteger a criança dos perigos. As mãs têm poderes
maléficos e se opõem à iniciação. A fada é o depositário dos segredos dos
ritos de iniciação e também podem ser identificadas como o superego ou o anjo
da guarda.
Os ogros e gigantes, representam a luta imaginária do homem
contra as forças obscuras e irracionais que o contrariam em busca do absoluto.
O espelho mágico, presente em tantas histórias como Branca
de Neve e os Sete Anões e A Bela e a Fera, reflete a verdade, seja ela boa ou
ruim; reflete o que ser acha no coração dos homens. É o símbolo do
simbolismo.
Nas histórias, o herói torna-se digno depois de Ter passado
pelas provas e a iniciação é equivalente ao encontro do amor. Isso significa
a passagem do homem de sua imaturidade inicial à sua maturidade no final do
conto. Para passar da imaturidade à maturidade, o Complexo de Édipo deve ser
resolvido e proporciona uma sexualidade normal.
Se partirmos do princípio proposto por Freud de que somos
todos neuróticos, não são apenas as crianças que têm a possibilidade de
elaborar suas questões inconscientes com os contos de fadas.
O que são telenovelas afinal, senão contos de fadas atuais?
As histórias se repetem. Encontramos nas telenovelas os rituais de partida, de
desligamento da casa dos pais à procura da verdadeira identidade e
desenvolvimento; os rituais de chegada, já amadurecidos e quase sempre com uma
nova família nuclear; a menina pobre que tem como prêmio por sua bondade o
casamento com alguém que lhe dê tudo aquilo de que foi privada em sua
infância; o "príncipe" que salva a "princesa" das
maldições das bruxas (representadas pelos personagens maus) e como nos contos
de fadas, as telenovelas fazem sucesso a medida que apresentam um final feliz e
um castigo para os maus.
Os adultos também fantasiam e assim como as crianças,
transferem aos personagens seus desejos e suas angústias. Transportam-se não
para o livro, mas para a tela da TV, na tentativa de, por meio da
simbolização, elaborar os conflitos cotidianos. Vivem cada momento da novela,
choram com a moça que perde seu filho, não pela moça, mas por todas as
lembranças suscitadas de todas as perdas pelas quais já passaram e entram num
verdadeiro processo catártico. Finda a novela, voltam à sua vida normal, já
aliviados, pois o bem venceu o mal e existe a esperança de que apesar das
dificuldades encontradas no caminho, é possível vencer. É essa a mensagem dos
contos de fadas, é isso que impulsiona o ser humano à vida.
O conto de fadas não expressa a realidade externa, mas a
interna de modo simbólico, desenvolvendo-se a partir de nossas angústias e
aspirações. Permite simbolizar o trabalho psicoafetivo de nosso inconsciente.
Segundo Bettelheim (1996) o conto de fadas é o espelho onde
podemos nos reconhecer com problemas e propostas de soluções que só podem ser
elaboradas na imaginação.
A moral dos contos de fadas é a que torna desejável o bem
pela recompensa, sob a forma da posse do objeto da busca e pune o mal com o
fracasso ou com a morte daqueles que se entregam à pulsão destruidora do id.
IV- De Lobo Mau à Príncipe Encantado: a figura paterna
Existem histórias em que vemos representadas
prioritariamente as figuras paternas.
Em certo momento de A Bela e a Fera, nos deparamos com uma
situação típica de nossas vidas: o momento em que o pai a deixa sozinha – o
pai terrível – exercendo a função paterna de quebrar o vínculo, permitindo
assim o contato com a Fera – o pai idealizado. No entanto, antes que ela o
encontre, é o pai quem faz o primeiro contato com a Fera, com seu lado
inconsciente que deseja devorá-la. Podemos supor que ele primeiro se conhece,
chega a seu inconsciente, para depois permitir que ela o salve, ocupando seu
lugar como prisioneiro da Fera. Nesse momento há uma troca e ela perde o pai,
porém, é necessário torná-lo "dócil e educado", sublimar seus
desejos inconscientes e substituí-lo pelo príncipe encantado. A criança pode
então, crescer pois transformou o modelo e encontrou sua sexualidade à medida
que essa sexualidade se estrutura em torno de uma falta.
Em A Bela Adormecida, o ferimento do dedo com um fuso nos
reporta à fase fálica, no entanto, é necessário haver a sublimação e para
isso vem o sono, representando o período de latência. Esse mesmo período de
talência é também observado em Branca de Neve nas três vezes em que se deixa
levar pelos encantos do prazer, cedendo às tentações da madastra malvada e
desmaia. Ambas, ao acordarem, encontram seus príncipes, representando assim a
entrada da adolescência e a possibilidade que a mulher tem de assumir sua
sexualidade.
Ainda em relação a questão da sexualidade, a estrutura
freudiana do Complexo de Castração nos permite perceber a função da falta na
constituição sexual do sujeito.
Encontramos nesses dois contos a simbologia da função
paterna – a quebra do vínculo: o pai de A Bela Adormecida retira a filha de
casa, deixando-a aos cuidados de três camponesas; o pai de Branca de Neve,
representado pela figura do caçador, poupa sua vida mas abandona a menina na
floresta, para que ela possa lidar com suas questões inconscientes.
A história se repete em João e Maria onde, embora o pai nos
pareça omisso, ao permitir que a madastra os abandone na floresta, na verdade
está exercendo sua função, permitindo assum o desenvolvimento das crianças.
Podemos dizer que esse pai que obriga as crianças a crescer,
pode ser encontrado no Lobo Mau de Os Três Porquinhos, pois, o medo de serem
devorados, a necessidade de lidarem com a perda de suas casas, não
suficientemente seguras, leva os porquinhos a construirem uma casa mais sólida
onde se encontrem seguros do perigo da castração.
A observação de Freud (1956) sobre fobias infantis, nos
mostra que o animal temido simboliza o pai.
O Lobo Mau de Chapeuzinho Vermelho, mostra a menina que sair
do caminho pode colocar em risco sua vida. Remete à questão edípica onde
surge o desejo da filha de ser seduzida pelo pai. Para isso é preciso que a
mãe-avó, seja eliminada, deixando o caminho livre para que seus desejos
inconscientes tornem-se concretos, redime-se da culpa, sendo também castigada e
comida pelo lobo.
Quando finalmente é salva pelo Caçador – o pai protetor –
sai da escuridão do ventre do lobo para o amadurecimento. Percebemos que a
figura paterna surge mais uma vez como modelo. É esse o pai que deve ser
procurado quando sua sexualidade estiver instalada.
Vemos também a figura paterna surgindo como rival em Peter
Pan, que encontra-se em luta constante com o Capitão Gancho – o pai temido.
Temos aqui o gancho representando o perigo da castração. No entanto, provoca o
crescimento de Peter Pan que a todo momento é desafiado a "agir como
homem" e lutar para sobreviver.
Como inserção da terceira pessoa do triângulo edípico, na
função de quebrar o vínculo materno, encontramos o pai de Wendy que separa a
ama-seca – a cachorra Naná – das crianças, alegando que já podem ficar
sozinhos.
A função paterna tem relevante importância, tanto no
processo de desenvolvimento emocional quanto no processo de aprendizagem: a
necessidade de um corte na relação mãe-criança. O sujeito que não tem
elaboradas as questões da castração, não consegue lidar com a falta e como
consequência temos as dificuldades de aprendizagem relacionadas à escrita,
apresentando como sintomas, a dificuldade na segmentação, na separação de
sílabas e também na subtração e divisão.
V – De fada madrinha à madrasta malvada: a ambigüidade
da figura materna.
Fantasiar é próprio do ser humano e a fantasia nos permite
viajar pelo inconsciente sem repressões, sem angústias. É mais fácil para a
criança delirar de prazer com a morte da bruxa de João e Maria ardendo no
fogo, com a madrasta de Branca de Neve sendo obrigada a dançar com os chinelos
em brasa do que admitir seus desejos de vingança para com a rival representada
pela mãe, pois teria seus desejos de vingança para com a rival representada
pela mãe, pois teria sentimentos de culpa, se esses castigos fossem reais.
Sejam como fadas, mães, madrastas, bruxas ou avós, a figura
materna sempre está presente nas histórias infantis.
De início, representam aquela que alimenta, acolhe, dá
carinho, o seio bom. Depois, como se faz necessário ao desenvolvimento da
criança, tornam-se suficientemente más deixando seus filhos abandonados na
floresta, como assim o fez a madrasta de João e Maria, perseguindo e
demonstrando a rivalidade como a madrasta de Branca de Neve ou trazendo à tona
a inserção de outros filhos e a conseqüente rivalidade fraterna como deixa
claro a madrasta de Cinderela.
Ciderela ou A Gata Borralheira , embora tenha perdido a mãe
quando pequena, tem seus desejos realizados pela aveleira plantada onde havia
sido enterrada sua mãe, A Bela Adormecida, apesar de ter sido fadada, para se
proteger da maldição da bruxa, a viver até os 16 anos longe de sua mãe, é
confiada à três fadas que passam a exercer a função materna.
A mãe e avó de Chapeuzinho Vermelho, representam a mesma
pessoa, do mesmo modo que as duas casas representam o mesmo lugar, o que muda é
a maneira como a menina os percebe. A mãe está disposta a quebrar o vínculo
com a criança, pede que ela se dirija à casa da avó, no entanto, no papel de
ego da menina, que ainda não está instalado, não se esquece de recomendar o
devido cuidado com a floresta – o inconsciente – e com o princípio do prazer,
representado pelo Id, na figura do Lobo Mau.
Sabemos da importância da figura materna na fase do espelho,
na história do corpo erógeno, onde a criança deverá estruturar seu ego e na
conseqüente formação da identidade.
Em muitas histórias, a figura da mãe não aparece
claramente, no entanto, ao averiguarmos o aspecto simbólico podemos encontrar
essa mãe, representada por outros personagens e até por árvores, como por
exemplo a aveleira em Cinderela pois o que importa é a função materna.
Peter Pan encontra-se buscando sua identidade, ao procurar
sua sombra na casa de Wendy, embora não queira crescer. O crescimento é o
principal ponto da história. Peter Pan vive numa terra encantada juntamente com
outros meninos "perdidos", isto é, sem mãe, onde o tempo não passa
e as fantasias são reais.
A ausência da mãe de Peter Pan na história faz com que ele
não tenha um referencial para a estruturação de seu ego, vivendo então
apenas no princípio do prazer e no narcisismo primário.
Nesse caso, o significado adquire um novo significante de
modo que "o processo psíquico que produz um sintoma contém um operador do
tipo do significante também no processo de produção do sintoma mais
grave" (Masotta, 1987: 59) O sintoma apresenta-se sob a forma do "não
querer crescer".
Peter Pan entra na casa de Wendy e não podemos esquecer que
a casa como simbologia, representa o útero materno, em busca de sua sombra, sua
identidade, provavelmente, também em busca do conhecimento. Por viver apenas do
princípio do prazer não tem contato com o saber. Não sabe como "colar a
sua sombra". Esse fato é facilmente observável em crianças que
apresentam dificuldades na aprendizagem por não terem ainda se desvinculado da
figura materna, apresentando sintomas de "não aprenderem". Ao
convidar Wendy para seguir com ele para a terra da Fantasia, busca uma
substituta para a mãe. Transfere assim seus desejos edípico e vive bem com a
menina enquanto ela assume essa posição.
A história dos Três Porquinhos também começa com a mãe
encaminhando-os para avida, tirando-lhes da casa materna para que construam as
suas próprias.
Branca de Neve e os Sete Anões inicia-se com a mãe boa, mas
ao 7 anos, fase da vida onde o amadurecimento ocorre pela sublimação com a
substituição do pai como objeto de desejo para o conhecimento, surge a maldade
da madastra e a rivalidade entre mãe e filha para serem elaboradas.
Assim como Peter Pan, Alice de Alice no País das Maravilhas
também não tem mãe, apenas uma irmã que exerce a função materna e por
conta disso, Alice vai atrás do conhecer, do descobrir-se, do saber-se. Vai em
busca de sua identidade.
Outro personagem que nos aparece sem mãe é O Patinho Feio,
que luta buscando saber quem é, sua origem, sua verdadeira família. Ac aba
sendo encontrado e adotado por uma família de cisnes, encontrando assim sua
verdadeira identidade.
Peter Pan, Alice no País das Maravilhas, O Patinho Feio e O
Mágico de Oz são histórias que permite, por conta de seus enredos, a
elaboração dos conflitos vividos por pessoas adotadas ou que não conheceram
seus pais, pois mostram que é possível sermos amados por outras pessoas e
encontrarmos nosso lugar.
VI – Édipo e castração: a possibilidade de perder para
crescer
As histórias infantis são ricas em simbolismos: o número
três, representado a triangulação aparece em praticamente todas elas; em
Branca de Neve a madrasta malvada visita a casa dos 7 anões três vezes, em A
Bela Adormecida temos as três fadas que lhe presenteiam com dons e
transformam-se em camponesas para cuidar dela; para voltar para casa, Dorotu de
O Mágico de Oz, bate os calcanhares três vezes, Chapeuzinho Vermelho reconhece
de longe a casa da avó, pelos três carvalhos que existem ao lado, Os Três
Porquinhos constróem três casas, mas de todas as histórias, as de todas as
histórias Cachinhos Dourados e os Três Ursos é a que, a meu ver, melhor
retrata a questão edípica.
Começamos com a criança chegando a casa dos três ursos e
espiando pela fechadura. Provavelmente, procurando segredos, revendo a cena
primária. Toda criança sente curiosidade de observar seus pais através da
fechadura, nem tanto pela vizualização da cena primária quanto pela
curiosidade em saber o que os pais fazem na sua ausência. Ao entrar encontra
três pratos com mingau e experimenta primeiro o do pai, depois o da mãe e a
seguir o da criança, sendo este o único que lhe agrada. Depois vai para as
cadeiras e novamente experimenta primeiro a do pai, depois a da mãe e só
então a da criança lhe serve, porém, ao sentar-se a cadeira se quebra,
denotando nesse momento que ela já está em processo de cresimento. Por fim
dirige-se às camadas e novamente experimenta primeiro a do pai.
Esse conflito é bastante comum nas crianças em fase
edípica, onde, especificamente as meninas fazem a troca do objeto de desejo: a
mãe pelo pai. Daí experimentar em primeiro lugar sempre as coisas do pai, no
entanto, percebem que os modelos do pai e da mãe não se lhe servem mais,
apenas o da criança e percebe que é preciso procurar um novo modelo, buscar
sua identidade.
Branca de N eve também parte em busca de seu desenvolvimento
impulsionada pela questão edípica. A madastra sente ciúme da beleza da menina
ou melhor, a menina sente ciúme da mãe e transfere para ela seus desejos de
vê-la morta.
Temos a triangulação em Chapeuzinho Vermelho, representada
pela menina, o lobo e a mãe; em Cinderela com a menina, a madastra e o pai.
Quando em Peter Pan as crianças decidem retornar e no
regresso Wendy conta ao pai suas aventuras e diz que "já pode
Crescer" é um sinal de que já elaborou sua questão edípica e a
angústia da castração no período em que se afastou da casa dos pais. O final
da história nos mostra a visão, pelos pais das crianças, do navio no céu e a
constatação de que algum dia já conhecerem esse navio, demonstrando que as
fantasias inconscientes são próprias de todos os seres humanos.
No final da história de Pinochio, é retratada a perda e
sobretudo, que é preciso perder para ter. Pinochio decide então encontrar seu
pai, necessitando para isso de coragem e valentia. A perda leva ao crescimento e
enfim Pinochio pode tornar-se um menino de verdade, pode crescer e tomar posse
do saber.
VII – As instâncias psíquicas
Na história dos Três Porquinhos, fica bastante clara a
representação do Id, o porquinho que preocupa-se apenas com os prazeres do
brincar, o Ego que já percebe que é necessário constuir uma casa mais firma e
o Superego que fortalece a casa a ponto do lobo não conseguir derrubá-la.
Notamos também a seqüência do desenvolvimento, pois é o
irmão mais velho, aquele que detém melhor o saber, mostrando que o
conhecimento se constrói com o desenvolvimento e o amadurecimento.
Branca de Neve é submetida às tentações do Id, preocupada
apenas com o prazer, embora tenha repentes de consciência, com o Ego lhe
alertando e trazendo a noção de realidade, porém, insuficiente para que
Branca de Neve perceba o real perigo que corre. É necessária a presença do
Superego – os anões – para imporem regras e limitem. Aceitam a presença de
Branca de Neve em sua casa desde que ela siga determinadas normas de conduta:
lavar pratos, cuidar da roupa, fazer comida, enfim, normas que implicam no
crescimento.
Pinochio, a fim de atingir seu objetivo de tornar-se um
menino de verdade, tem a necessidade de uma consciência, de algo que lhe mostre
o caminho certo, o guardião do conhecimento do bem e do mal e conselheiro nos
momentos de tentação. A fada nomeia então o Grilo Falante como consciência
de Pinochio, fazendo o papel de superego.
Na versão de Walt Disney, o grilo canta uma canção de
Aloisio de Oliveira, com um interessante ensinamento sobre a aprendizagem:
Se você não sabe e quer assobiar.
É bom que experimente, tente um assobio.
Quando as coisas boas ameaçam acabar.
É bom que você experimente, tente um assobio.
Tente mais uma vez, sopre com fervor.
É bom que experimente, tente um assobio.
E as coisas vão por certo melhorar.
Para aprender é necessário ser persistente, ter prazer no
que se faz e sobretudo, ousar experimentar.
Após essa introdução à necessidade de aprendizagem,
Pinochio é encaminhado por Gepetto à escola. Porém, em virtude de não Ter
ainda estruturado convenientemente suas instâncias psíquicas, é levado por
uma raposa ao caminho mais fácil: o sucesso pelo prazer e Pinochio cede então
aos impulsos do Id. A consciência procura "acordar" Pinochio,
advertindo-o dos perigos das tentações, da mesma forma que os anões de Branca
de Neve por tantas vezes lhe avisaram. O grilo impõe a Pinochio limites e
regras: entre elas, o ir para a escola, mas o boneco não lhe dá ouvidos e é
trancado numa gaiola. Desesperado, procura então por sua consciência e percebe
que errou. Sente saudade do pai e como tem bons pensamentos a fada retorna.
Mas Pinochio começa a mentir e cada vez que mente seu nariz
cresce. Quando promete ser bom novamente e não mais mentir seu nariz volta ao
normal e pode fugir da gaiola.
Decide-se voltar para casa, mas mais uma vez, em seu caminho,
surge a raposa, convidando-o a uma ilha dos prazeres, onde existe comida e
bebida à vontade, onde não há regras, onde tudo é permitido. Essa ilha,
provavelmente representa a volta ao paraíso, no entanto, não é mais possível
esse retorno pois Pinochio já passou dessa fase e precisa crescer. Nesse lugar,
novamente as portas são trancadas e as crianças transformadas em burros como
castigo. Podemos dizer que as portas representam as regras e limites, a
necessidade de retomar a realidade. Fica explicito à criança a questão do
castigo por não cumprir regras. Mais uma vez, o superego age em Pinochio e o
leva de volta para casa, mas o pai se foi. Ocorre a perda e conseqüentemente o
amadurecimento.
VIII – O sonho e as fantasias inconscientes: sonhar para
realizar
Se você não sabe bem,
O que vai acontecer
Essa estrela tudo poderá fazer…
E é só pedir e a estrela transformar
Em realidade, o que você sonhar"…
Aloisio de Oliveira
Resta às crianças, dormir e sonhar. Como nos vem dizer
Freud (1900), no sonho o desejo se realiza, mas o faz disfarçando-se. O desejo
de não crescer de Wendy se disfarça na figura de Peter Pan e de todos os
meninos perdidos.
Algumas histórias infantis, ainda conservam como nas
fábulas, uma moral. É o caso de Pinochio, que traz à criança a noção de
que não deve mentir e para crescer é preciso conhecer o certo e o errado.
Chapeuzinho Vermelho adverte sobre os perigos que existem quando se desviam do
caminho correto.
Encontramos a simbologia dos sonhos e a realização de
desejos em Gepeto que, após construir um boneco de madeira, antes de dormir
deseja que Pinochio seja um menino de verdade. Pede então à estrela dos
desejos, representante das fadas, e como prêmio a sua bondade, tem seu desejo
parcialmente realizado. Como objeto desejado, é preciso também que Pinochio
faça a sua parte, a fada lhe dá a vida, mas cabe a ele transformar-se num
menino de verdade.
A realização das fantasias inconscientes é encontrada
também em O Mágico de Oz, conto de L. Frank Baum, rico em simbologias.
A história ocorre numa fazenda em Kansas, onde vive uma
menina, Doroty, na companhia de seus tios e um cachorrinho. Irriquieta, é
constantemente chamada à atenção. Além do cachorro sempre perseguido pela
vizinha, tem três amigos. Um deles lhe diz para usar a cabeça, pois falta-lhe
cérebro; outro diz que deve Ter coragem para enfrentar a vizinha e proteger seu
cão e o terceiro zomba da menina quando ela cai num chiqueiro.
Triste, após Ter sido convidada pelos tios a ficar num lugar
onde não atrapalhe, sonha com um mundo onde não existam problemas.
Saindo em busca de solução, encontra um mágico que lê o
futuro na bola de cristal e exercendo a função de ego, diz à menina que deve
voltar para casa pois alguém que a ama chora por ela.
Doroty tenta voltar, mas é sugada por um ciclone até o
mundo de Oz. Podemos supor que o ciclone represente o turbilhão do sonho que se
inicia e o contato com o inconsciente.
A Terra de Oz é um mundo encantando com fadas boas e más.
As fadas boas surgem nos momentos de perigo, enquanto as más, colocam a menina
Doroty em situações que a impulsionam a lidar com seus medos.
Nas interpretações que fez dos sonhos, Freud (1900) nos
ensina que a sensação de realidade do sonho traz um significado particular no
sentido de nos certificar que uma parte do material latente do sonho possui a
qualidade de realidade, pois relaciona-se com uma ocorrência que teve lugar e
não foi apenas imaginada.
No sonho, Doroty encontra-se com um espantalho que procura um
cérebro; um homem de lata, que procura um coração e um leão que procura a
coragem que não tem. Três características que se relacionam com as falas de
seus amigos e que a criança procura na verdade, em si mesma.
Partem então ao encontro do Mágico de Oz para verem seus
desejos realizados. Durante as aventuras, os quatro são submetidos a provas que
lhes despertarão esses sentimentos.
Ao encontrar o mágico, este lhes ensina que todos tem o que
procuram, precisam apenas de "coisas que certifiquem" e arrisco a
dizer: que as simbolizem. Fornece então ao espantalho um diploma pois supõe-se
que aqueles que o têm são pessoas que usam a cabeça, o cérebro; ao leão dá
uma medalha de bravura e ao homem de lata, um coração numa corrente dizendo
que "um coração não é julgado por quanto você ama, mas quanto quanto
é amado".
Resta Doroty e novamente surge a Fada, representando a mãe e
a primeira ensinante, dizendo-lhe que é possível voltar quando quiser, quando
aprender por si mesma.
Voltamos então à questão da perda como propulsora do
saber. Foi necessário o afastamento, o dar-se tempo pelo sonho, para que Doroty
amadurecesse e concluísse: Se um dia eu for procurar pelo que meu coração
perdeu, não vou procurar além do meu próprio quintal, pois se não estiver
por lá, é porque nunca perdi realmente". Não perdemos aquilo que não
temos.
A história termina com a menina acordando ao lado dos tios,
reconhecendo nos amigos as figuras do espantalho, do leão, do homem de lata e
com suas questões elaboradas conclui que " Não há lugar como a nossa
casa".
IX – Considerações finais
No atendimento psicopedagógico encontramos crianças e
também adultos com diferentes sintomas. O reconhecimento desses sintomas
depende do olhar e da escuta psicopedagógicos, no sentido de buscar nas
entrelinhas, nos atos falhos, nas projeções que o paciente faz, as possíveis
causas dos distúrbios de aprendizagem.
Não seria a criança que suprime letras a mesma que em casa
"engole" certas situações que afetam o seu emocional? Aquela que se
encanta com a história do Patinho Feio não é a mesma que sente-se rejeitada
em sua realidade? Não me refiro à realidade que circunda a vida dessa
criança, mas à sua realidade, à maneira como sente.
As fantasias inconscientes nos levam a simbolizar de
diferentes maneiras, situações diversas.
O aprendizado ocorre quando sublimamos, quando transferimos
um objeto de desejo para outro, no caso, o conhecimento e isso ocorre quando o
indivíduo pode libertar-se da autoridade dos pais, o que sem dúvida, constitui
um dos atos mais necessários, embora também dos mais dolorosos, ao seu
desenvolvimento.
Libertar-se da autoridade dos pais implica quebra da
relação simbiótica com a mãe, elaboração das questões edípicas e
angústia da castração.
Os contos de fadas, as histórias infantis, devido a sua
estrutura simbólica implícita nos enredos e personagens que atuam no nível
inconsciente no desenvolvimento da história, desempenham um papel fundamental
para a conduta o humana, que o sujeito, seja ele criança ou adulto, dedica-se a
elaborar no decorrer de seu desenvolvimento.
Esclarecem inconscientemente os processos e conflitos
internos que o sujeito vivencia de forma simbólica e impessoal, para que tenha
a oportunidade de visualizar seus conflitos como um observador, auxiliando dessa
forma, nas resoluções e promovendo o amadurecimento emocional e cognitivo.
Procurei neste artigo, articular a simbologia dos contos com
as questões inconscientes que necessitam estar elaboradas para que ocorra um
equilíbrio entre o emocional e o cognitivo, utilizando apenas alguns exemplos
de contos e histórias entre tantos que existem na literatura.
A escolha de O Mágico de Oz, como última história a ser
analisada, deve-se ao fato de que essa história é para mim um símbolo da
minha infância e também um símbolo de conquista.
Sabemos que é desejo de todo ser humano a volta ao útero
materno, como símbolo do paraíso e a história se encerra com esse
ensinamento: " Não há lugar como a nossa casa".
Para fazer o download clique aqui.
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Trad.
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Sigmund Freud, Rio de Janeiro, Imago/Z.Movie, 1998. V. IX
_______________, O Ego, O Id e Outros Trabalhos (1923-1925)
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Eletrônica Brasileiras das
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Imago/Z.Movie, 1998. V. XII
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Publicado em 01/01/2000
Taís Aparecida Costa Lima – Psicopedagoga Clínica, mestranda em psicopedagogia pelo UNIFIEO, professora e supervisora de estágio do curso de Pós-Graduação lato-sensu em psicopedagogia clínica pela UNISA – Universidade de Santo Amaro
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