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Artigo Entrid 239

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BRINCAR E SER FELIZ

Rita de Cássia Rocha Soares Chardelli

“Para trabalhar com crianças é preciso aprender a jogar com
elas antes de interpretar.”
E. Pavlov

Se observarmos crianças jogando…brincando…conversando, teremos uma imagem nítida do pensar infantil. 

A criança pensa alto e assim nos dá dicas sobre como lidar com elas.

A troca infantil de conhecimentos é mais prazerosa e mais sensata. 

Fico muitas vezes impotente diante ao olhar de uma criança.

Quem já teve um amiguinho invisível ?

Quem já criou uma passagem secreta? 

Será que você se lembra desse momento tão mágico de sua vida? 

Me pego com todas essas indagações, porque nem sempre nos colocamos diante desse fato para entender o mundo mágico de uma criança, que a todo momento nos pede ajuda, nos sinaliza , e quer que tenhamos instrumentos para conviver com ela e nós em nome de uma pedagogia ou em nome da pressa pedagógica, não temos tempo de parar e nos curvar a essa criança que tanto pede colo…. 

A todo momento, a escola recebe crianças com auto estima baixa, tristeza, dificuldades em aprender ou em se entrosar com os coleguinhas e as rotulamos de complicadas, sem limites ou sem educação e não nos colocamos diante delas a seu favor, não compactuamos e nem nos aliamos a elas, não as tocamos e muito menos conseguimos entender o verdadeiro motivo que as deixaram assim.

A escola facilita o papel da educação nos tempos atuais, que seria construir pessoas plenas, priorizando o ser e não o ter , levando o aluno a ser crítico e construir seu caminho. 

Saltini em Afetividade e inteligência enfatiza que ” de acordo com o pensamento de Piaget, o principal objetivo da educação seria criar homens capazes de inventar coisas novas e não apenas meros repetidores daquilo que outras gerações fizeram. A meta seria formar homens criativos, inventivos e descobridores; pessoas capazes de criticar, que vão em busca de verificação e não aceitam tudo o que lhes é proposto…” pg59

Mas que aluno é esse?

Será que só nos interessa aquele que transforma positivamente o nosso mundo ou será que aquele que nos desafia, também tem a nossa atenção?

É preciso saber escutar e saber olhar, para podermos impregnar de sentido as ações desse nosso aluno, descobrindo maneiras de penetrar na intimidade dele , de fazê-lo feliz.

O importante nesta relação é construir um espaço de confiança, para podermos penetrar e deixar fluir toda intimidade , e através do jogo construir um saber de forma prazerosa. 

Esse jogo de idéias nos leva a compreender alguns processos do aprender. É cheio de significações e a criança se expressa usando a linguagem corporal, gestual …

Deixar o corpo falar é um caminho.

Alicia Fernandez complementa: “A aprendizagem é um processo cuja matriz é vincular e lúdica e sua raiz corporal…”

Usar música, dança, teatro é afirmar que toda aprendizagem passa pelo corpo .

O corpo é um instrumento musical. 

Ele tem que se sentir afetivamente aprendendo, porque ele é um instrumento de conquista e a sua valorização leva a um aprendizado mais consistente.

Não há aprendizado sem movimento.

Por isso cito Jorge Visca “… justamente, eu acho que aprendizagem, para uma pessoa, abre o caminho da vida, do mundo, das possibilidades de ser feliz.”

Publicado em 01/01/2000


Rita de Cássia Rocha Soares Chardelli – Pedagoga, Bacharel em Educação Artística – Habilitação em Música, Bacharel em Comunicação Social e Pós Graduada em Psicopedagogia, Educação Infantil e Diretora da Escola João e Maria – Campos dos Goytacazes – RJ

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