A ESCOLHA DA PROFISSÃO
Roseli Santos de Oliveira
Num país como o Brasil, a necessidade do mercado de trabalho se volta mais para a área técnica do que para a especializada, portanto a oferta maior de empregos neste mercado é para técnicos
Podemos notar na maioria dos adolescentes a indecisão, na hora da escolha da
profissão.
Num país como o Brasil, a necessidade do mercado de trabalho se volta mais para
a área técnica do que para a especializada, portanto a oferta maior de
empregos neste mercado é para técnicos. Podemos constatar isto nas ofertas de
emprego dos jornais.
Muitos alunos saem do ensino fundamental (antigo 1º grau) e na esperança de
conseguirem uma vaga numa boa universidade optam pelo ensino médio (antigo 2º
grau básico).
Dedicam-se pelo menos 3 anos de estudo, para disputar uma vaga na faculdade.
Terminam o curso sem uma profissão e com uma grande responsabilidade e
"carga emocional" – passar no vestibular. Muitas vezes não conseguem
ter sucesso no vestibular, dependendo do curso escolhido. Sem contar a
dificuldade de muitos, em conseguir trabalho na área que escolheram, após o término
da faculdade. Podemos observar o dilema de muitos recém-formados e de outros
que tem um diploma, que trabalham em outras áreas.
Deveria haver uma maior conscientização para a população e orientação das
escolas de ensino fundamental sobre as reais necessidades. Temos poucos técnicos
e muitos especialistas , porém o mercado de trabalho tem mais vagas para técnicos
do que para especialistas.
O caminho mais viável para o adolescente, seria o investimento num ensino médio
profissionalizante, porque além de poder iniciar sua decisão pela escolha da
profissão mais cedo, será um técnico e poderá ter reduzida sua "carga
emocional" pré-vestibular (por não ter se dedicado 3 anos apenas se
preparando só para isso) além de continuar na faculdade se especializando.
Mais importante do que se ter uma profissão, o adolescente ao concluir o curso
técnico teve a oportunidade de ter um estágio, que pode ser de grande valia na
hora de procurar um emprego. Sem contar os que já o consegue durante o estágio.
As chances de obter uma colocação profissional serão maiores, do que para
aqueles que esperam se formar num curso superior, porque no mercado de trabalho,
dependendo do candidato, apenas o diploma de curso superior sem muita experiência,
muito pouco significa.
Já a "carga emocional" que costuma sentir um vestibulando, podemos
dizer que é maior num candidato, que se prepara apenas para o vestibular. Sem
ter uma profissão sente maior necessidade (muitas vezes obrigação) de passar,
o que gera muita ansiedade. Ele profissionalmente não é ninguém ainda, pois
se dedicou apenas aos estudos para enfrentar o vestibular (este quadro não
costuma ser muito comum naqueles, que fizeram sua opção por um curso técnico).
Por sua vez, tal concurso não avalia a capacidade, nem a vocação do candidato
para a área que escolheu. É apenas uma prova de seleção por contagem de
pontos, que abala o emocional da maioria e bem sabemos que para obter as informações
de nossa mente, ela precisa estar relaxada. Isto torna o vestibular
incongruente. Melhor que fosse por sorteio, assim não mexeria tanto com a parte
emocional dos candidatos .
Se houver um candidato para trinta vagas e de todos os candidatos duzentos
"forem bons", apenas um deles entrará, porque a vaga é somente uma.
É comum a procura de tratamento por terapia para ansiedade, medo, sistema
nervoso abalado, etc devido a essa "pressão" que direta e
indiretamente sofrem. O autoconceito de incapacidade, que costuma ocorrer em
quem não consegue sucesso nas provas, é comum e afeta muito a auto estima.
Será através do tratamento, que reprogramará seus conceitos, descobrirá que
é capaz (como todos somos), tornando-se auto-confiante. Recuperará assim, o
estado emocional equilibrado, onde terá mais segurança na hora das provas, terá
sua mente mais relaxada, aumentando a probabilidade de aprovação.
UM ALERTA AOS PAIS, que com o desejo de se realizarem através dos filhos, os
induzem a escolha da profissão que gostariam de ter. Assim o adolescente acaba
caindo na "armadilha", escolhendo o que os pais querem e não o que
ele quer, tornando-se péssimos profissionais, após anos de investimento no
estudo. A maioria das pessoas que não gosta do que faz, muitas vezes não faz
bem feita. Após a formação superior, o formado vai ao mercado de trabalho,
numa área que não gostaria de estar, tornando-se um profissional insatisfeito,
mal remunerado e infeliz. Fica assim, difícil de começar a prática
profissional. Alguns tem a felicidade de tentar novamente e conseguindo mais
tarde se realizar.
ANOTE: Quanto mais cedo a escolha, melhor.
Publicado em 01/01/2000
Roseli Santos de Oliveira – Dir. Pedag. do Curso Técnico de Nível Médio em Música do Conservatório Modelo, Especialista em Aprendizagem Neurolingüísta Master e Psicoterapeuta
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