Uncategorized

Artigo Entrid 1290

Para imprimir este artigo sem cortes clique no ícone da
impressora >>>

 

 

BIOTÔNICO FONTOURA AO JECA TATU: O HISTÓRICO PRELIMINAR DE UMA PESQUISA EM EDUCAÇÃO

Marcelo Oliano Machado

Neste artigo pretendo apresentar um relato preliminar do trabalho de pesquisa que realizo no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá, vinculado à linha de pesquisa em História e Historiografia da educação. Serão apresentados os questionamentos que me levaram ao problema de pesquisa, mediante considerações teóricas que me possibilitam verificar de antemão algumas hipóteses de como explorar meu objeto de pesquisa que é o almanaque farmacêutico Biotônico Fontoura, cujas edições tiveram como parte integrante as histórias de Jeca Tatu.

Palavras-chave: Almanaque Biotônico Fontoura, Jeca Tatu, Memória, Educação.

A idéia para esse artigo surgiu após a leitura do texto Memória de Jacques Le Goff (1996), logo no início da disciplina Fundamentos de Pesquisa em História da Educação, no programa de Pós Graduação em Educação – Mestrado- da Universidade Estadual de Maringá-UEM. Embora já tenha realizado uma série de leituras, expandido meu conhecimento a respeito do assunto memória, vi nesse autor e nas discussões a respeito dele durante as aulas, a possibilidade de produzir um texto que contextualizasse os caminhos pelos quais percorri até chegar ao meu objeto de estudo, o Almanaque Biotônico Fontoura, mais especificamente, o personagem Jeca Tatu, que foi uma espécie de ‘garoto propaganda’ desse almanaque.

Contudo, o interesse em trabalhar os textos a despeito desse personagem, como fonte de pesquisa, é algo que trago em mente desde a adolescência, quando tive meu primeiro contato com o Almanaque Biotônico Fontoura, o que aconteceu após o termino de suas edições, já em meados da década de 80. Naquele momento, eu estudava em uma escola rural no interior do estado do Paraná, por isso a circulação deste almanaque ainda era grande, Pois, além de sua última edição ter abarcado um número astronômico de cento e oitenta milhões de exemplares, nós do interior, devido ao fato da dificuldade no processo de distribuição, ainda tínhamos contato com edições anteriores a última. Isso me proporcionou por conseqüência um contato considerável com esta literatura a ponto de não me esquecer da história daquele tal personagem Jeca Tatuzinho.

Deixando no âmbito da subjetividade os anos que seguiram após a leitura deste material, recorto minhas discussões partindo de um curso de especialização em Pesquisa Educacional que fiz no ano de 2008, quando finalmente tive a oportunidade de trabalhar com esse tema. Uma das minhas preocupações era problematizar esse personagem de Monteiro Lobato, que durante quase um século foi arraigando na mentalidade, ao menos das pessoas com as quais conversava sobre o assunto, uma imagem de sertanejo relacionada à preguiça, desnutrição, sujeira e falta de iniciativa. Comparações que me acompanharam desde a época da escola; “não sejam como o Jeca Tatu”. Era o que dizia minha primeira professora para toda a classe. Por entre os fios interpretativos desse comentário, uma questão em especial ficava em relevo: por que Lobato ao final do seu texto nos almanaques Fontoura dizia: “crianças quando crescerem tratem de imitarem o Jeca”, e por outro lado eu ouvia tanto dos meus pais quanto da professora o inverso?

Nesse sentido, as implicações que desenvolvi acerca dessa pergunta tiveram seu auge após ler Documento/Monumento, também do historiador Le Goff (1996). Ao estudá-lo, não tencionei minhas reflexões tendo como norte preocupações ligadas aos conceitos dos termos documento/monumento. Apesar de reconhecer que poderiam ser um dos caminhos a serem problematizados, parti, em meu estudo, da possibilidade substancial de vislumbrar o Almanaque Biotônico Fontoura não apenas como monumento, mas também como documento.

A concepção do documento/monumento é, pois, independente da revolução documental e entre os seus objetivos esta o de evitar que esta revolução necessária se transforme num derivativo e desvie o historiador do seu dever principal: a crítica do documento – qualquer que ele seja – enquanto monumento. O documento não é qualquer coisa que fica por conta do passado, é um produto da sociedade que o fabricou segundo as relações de forças que aí detinham o poder. Só a análise do documento enquanto monumento permite à memória coletiva recuperá-lo e ao historiador usá-lo cientificamente, isto é, com pleno conhecimento de causa. (LE GOFF, 1996, p. 545).

Dirigindo-se então ao estudo desse almanaque com um olhar de historiador, questionando-o a cada momento para aos poucos conhecê-lo em sua forma documental e não apenas de monumento literário, percebi que para responder à pergunta que me levou ao interesse pela pesquisa, precisava entendê-la mais a fundo, e outra questão surgiu: o que levava àquelas pessoas a fazerem tais associações ao personagem Jeca Tatu, que eram contrárias às apresentadas pelo autor no final do texto? 

Memória. O que a professora, meus pais e outras pessoas do meu convívio tinham era internalizado uma memória a respeito do personagem de Lobato. Embora Jeca Tatu tenha no final da história se transformado em um rico fazendeiro, um provável exemplo a ser seguido pela população rural, o que ficou de fato presente na mente dessas pessoas foi a imagem do Jeca antes de tornar-se fazendeiro, um homem que de acordo com Lobato “era um pobre caboclo que vivia no mato, numa casinha de sapé […] passava os dias de cócoras […] sem ânimo de fazer coisa nenhuma”. Poucos parágrafos adiante e Jeca tem seu primeiro contato com o elixir Biotônico Fontoura e começa a passar por um processo de transformação que viria a proporcionar-lhe um futuro próspero. Mesmo assim, é a primeira imagem que fica no imaginário. Afinal, “a memória, como propriedade de conservar certas informações, remete-nos em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar impressões passadas, ou que ele representa como passadas”. (LE GOFF, 1996, p. 423).

Mais uma vez esse historiador me proporcionava uma resposta e conseqüentemente me direcionava a uma nova pergunta: mas, por que essa e não a outra do final da história? Na busca por resposta, direcionei minhas leituras para o contexto histórico do Brasil nos anos iniciais de circulação desse almanaque.
Em 1920, quando o primeiro exemplar foi lançado, o país passava por um processo de desenvolvimento e progresso que estava pautado na educação e saúde. Era preciso educar a população e paralelo a isso curá-la das mazelas comuns da época, que eram as doenças típicas dos trópicos, como por exemplo, a desnutrição e anemia. O país era analfabeto e estava doente. Se partirmos desse princípio o Almanaque Biotônico Fontoura passa a ser um exemplo prático do que foi esse ideário político de uma possível reforma da nação.

Tal publicação se inscreve no projeto de reforma e de civilização do Estado brasileiro no início do século XX, com vistas à formação de pessoas sadias, moralmente aptas e úteis para a construção do progresso. De caráter pedagógico e ‘esclarecido’, este almanaque serviu bem os objetivos políticos explicitados, tendo como personagem de divulgação de tais propósitos o ‘ Jeca Tatuzinho’ de Monteiro Lobato. (LOPES, 2002, p.21).

Lendo a dissertação de mestrado Memória, História, Educação: Trilhas sugeridas por um ‘Almanaque’ (2002) de Fátima Faleiros Lopes, e associando-a com outras leituras que remetiam ao Brasil dos anos 20, aos poucos cheguei à suposição que a história do Jeca Tatuzinho naquele almanaque foi construída a partir dos modelos dos manuais didáticos de comunicação e expressão adotados na época, e o que ficou na memória dos primeiros leitores dessa obra foi, talvez, o que estava relacionado aos objetivos políticos que eram combater o analfabetismo, propagar uma educação higiênica e a manutenção do corpo, além do saneamento do sertão.

A utilização de uma linguagem falada, depois escrita, é de fato uma extensão fundamental das possibilidades de armazenamento da nossa memória que, graças a isso, pode sair dos limites físicos do nosso corpo para estar interposta quer nos outros quer nas bibliotecas. (LE GOFF, 1996, p. 425).

Ao se apropriar dos ideais políticos que circulavam nos discursos progressistas para a nação e enquadrá-lo de modo subjetivo no texto de Jeca Tatuzinho, Lobato intencionalmente ou não, conseguiu criar uma ferramenta capaz de viabilizar aos leitores possibilidades de unir fragmentos dessa narrativa às circunstancias também isoladas de seus contextos sociais e construir uma nova memória de algo que já existia, mas não era enfatizado sob esse viés. O sertanejo.

O Almanaque foi sem dúvidas essa ferramenta utilizada, a qual serviu inclusive como material de leitura em muitas escolas do país. Mas, será que essa imagem de sertanejo que aos poucos se cristalizou na memória de uma grande parte da população, realmente condizia com a realidade física e social de todos os homens que viviam no ambiente rural daquela época?

Para esse questionamento eu já tinha uma resposta. Não. Embora tenha parecido uma resposta categórica, espero que meu leitor após meus apontamentos a classifique como particular. Por isso, reformulo de uma forma mais reflexiva: Meus pais viveram e ainda vivem no campo, eu vivi uma parcela considerável da minha vida no campo e não me lembro de em algum momento ter me enquadrado no modelo estabelecido por meio do texto de Jeca Tatuzinho, e seria muita pretensão acreditar que dentro dos limites geográficos do Brasil eu tenha sido a única exceção.

Foi então, que comecei a desconstruir aquela imagem de sertanejo moldada de forma artística por meio de uma das literaturas infantis de Lobato. Para isso fiz o caminho inverso, reconfigurando meu ponto de vista sobre o texto partindo da minha realidade, sem perder de vista a relação prática que vivenciei com o meio ao qual fiz parte e ainda mantenho contato direto, o ambiente rural.

Embora fosse uma sugestão criativa de trabalho, quando a apresentei ao programa de mestrado em Educação, outro problema começava a me incomodar, agora não ligado exclusivamente à memória coletiva, mas à identidade cultural. Por que a identidade assumida por Jeca Tatuzinho no início da história se propagou como representação do sertanejo brasileiro, se esse não era em sua totalidade daquela forma? Neste momento trago para o texto algumas discussões sugeridas por Stuart Hall em A Identidade Cultural na pós modernidade (2003), na qual estabelece alguns conceitos de identidade e salienta a complexidade deste assunto.

A formação de uma cultura nacional contribuiu para criar padrões de alfabetização universais generalizou uma única língua vernacular como o meio dominante de comunicação em toda a nação, criou uma cultura homogênea e manteve instituições culturais nacionais, como por exemplo, um sistema educacional nacional. (HALL, 2003, p. 50)
 
Foi pelos meandros interpretativos desta citação que comecei a desmistificar aquilo que me parecia uma regra geral, na qual me encaixava apenas como uma exceção. A cada leitura percebia que a possibilidade de a identidade de sertanejo contida naquele Almanaque ter sido criada com base nos ideais políticos e pedagógicos do Brasil dos anos 20 e 30 era cada vez mais próxima. Ao estabelecer novos paradigmas que iriam estruturar a sociedade brasileira e impulsioná-la ao desenvolvimento, almejando alcançar uma qualidade de vida que possibilitasse à população o bem estar nos seus mais variados aspectos, os intelectuais responsáveis pelos projetos políticos nacionais daquele tempo, podem ter partido de uma concepção de identidade parecido com aquela recuperada por Hall (2003), para difundir um projeto de nação para o Brasil.

Hall, por sua vez, não considera esse conceito para cindir sua posição em relação aos estudos sobre identidades, no entanto, o usa para organizar sua linha de pensamento a respeito deles. Método que também considerei para a ampliação e organização dos meus estudos acerca do almanaque. Ao escrever no ano de 2003, o autor quebrou as clausuras de um modelo de identidade ao questioná-lo. Sob Essa perspectiva podemos dizer que isso pode ter sido uma saída encontrada por uma ou outra sociedade para estruturar sua nação, mas não seria viável concebê-la como única expressão da verdade a respeito dela.

Não importa quão diferentes seus membros possam ser em termos de classe, gênero ou raça, uma cultura nacional busca unificá-los numa identidade cultural, para representá-los todos como pertencendo a mesma e grande família nacional […] essa idéia está sujeita à dúvidas, por várias razões. Uma cultura nacional nunca foi um simples ponto de lealdade, união e identificação simbólica. Ela é também uma estrutura de poder cultural. (HALLL, 2003, p. 59).

Para mim, que procurei enfocar meu trabalho de pesquisa baseado nos pressupostos teóricos da Nova História Cultural, começava a dar um significado atual para um objeto antigo, desconsiderando o conforto homogêneo de sua representação como única forma de observá-lo.

[…] à medida que os historiadores aprendem a analisar as representações de seus universos a partir de seus temas, inevitavelmente começam a refletir sobre a natureza de seus próprios esforços para representar a historia; afinal, a prática da história é um processo de criação de texto e de “ver”, ou seja, de dar forma aos temas. Os historiadores da cultura, particularmente, são forcados a se tornar mais conscientes das conseqüências de suas opções formais e literárias, das quais geralmente não são conscientes. A narrativa mestra, ou códigos de unidade ou diferença; a escolha de alegorias, analogias ou tropos; as estruturas de narrativa – tudo isso tem conseqüências de peso para a escrita da história. (HUNT, 2001, p.23).

Embora minhas leituras tivessem rumando mais especificamente aos estudos culturais e dos efeitos que eles possivelmente provocam em nosso mundo, eu precisava encontrar algum documento que proporcionasse um pensamento contrário ao meu e que estivesse mais próximo ao defendido no Almanaque Biotônico Fontoura. Tive, então, contato com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, publicado em 1932, cujo texto afigurou grande importância em razão de que, logo no início já acentua a prevalência de uma cultura sobre a outra. Culturalmente falando, o manifesto considerava a maioria dos brasileiros aculturados.

Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação. Nem mesmo os de caráter econômico lhe podem disputar a primazia nos planos de reconstrução nacional. Pois, se a evolução orgânica do sistema cultural de um país depende de suas condições econômicas, é impossível desenvolver as forças econômicas ou de produção, sem o preparo intensivo das forças culturais e o desenvolvimento das aptidões à invenção e à iniciativa que são os fatores fundamentais do acréscimo de riqueza de uma sociedade. (MANIFESTO dos Pioneiros, 2009. arq. Online).

Justo ou não, o documento idealizava um projeto de educação, partindo do princípio que o sujeito brasileiro em sua totalidade precisava atingir um grau de conhecimento suficiente para colocá-lo na situação de sujeito ativo e possuidor de uma cultura capaz de proporcioná-lo uma identidade própria de brasileiro. Aplicando esse ideal à imagem de sertanejo, visto que o manifesto era em prol de toda a nação, percebi que a redação desse não somente destituía o homem do campo de seu lugar entre as atividades humanas da época, como também respondia a um conceito de cultura ligado à cientificidade descartando com isso a subjetividade de cada um.

Foi inegável e significante a contribuição desse documento para a minha proposta de pesquisa, afinal ele contemplava a questão das ideologias do pensamento educacional naquele contexto de nação, o qual coincidia com a circulação do almanaque. Na ocasião da leitura do manifesto, senti a necessidade de realizar novamente leituras que me reportassem à formação de identidades e foi novamente em Hall (2003, p.07) que encontrei um apontamento importante para o andamento da minha pesquisa. De acordo com esse autor, “As velhas identidade, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o individuo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado”. Foi então que percebi que minha angustia era particular, mas a problemática acerca da questão já era algo que gerava grandes discussões.

Foi com esse argumento, exposto logo no inicio do livro, que o autor nos aponta à dualidade pela qual passam os estudos que agregam valores ligados às identidades culturais, a qual ao mesmo tempo me garantiu elementos que poderiam sustentar minha tentativa de rastrear outras formas de representação do sertanejo brasileiro que não fosse aquela pautada na imagem de Jeca Tatu, mas que tivesse circulado paralelamente a esse sem ter passado pelo clivo de uma visão hegemônica exercida por aparelhos ideológicos.
Considerei o diagnóstico conduzido por Hall (2003) quando ressaltou a problemática acerca das questões culturais ao lidar com a busca de novos conceitos identitários, e nesse contexto fui destituindo a concepção de uma estrutura racional de identidade e ao mesmo tempo passando por um processo de construção de um novo discurso compreendendo a importância da subjetividade existente na combinação do “eu” e do “nós” que levou tanto as identidades individuais quanto as coletivas a romperem com as classificações ligadas às organizações partidárias decorrentes do Marxismo e aos poucos foram abrindo suas fronteiras e proporcionando ao historiador o que Le Goff distinguiu como “novos problemas, novas abordagens, novos objetos”.

A combinação dessas leituras com o meu ponto de vista em relação ao objeto de estudo deram razões que, definitivamente, me incitaram a suspeitar que as aproximações que a velha tradição empirista fazia em seus estudos, relacionando o Jeca Tatu com o sertanejo estava distante de uma explicação que desse conta de suas complexidades. Independente se houve interesse ou não de uma suposta classe dominante em assegurar resultados positivos e homogêneos às suas idealizações, o que posso concluir com meus questionamentos até aqui é que os dogmas estruturalistas do passado ocultaram perguntas importantes que levariam a outras respostas e conseqüentemente às novas identidades de sertanejos, que assim como as perguntas, ficaram ocultas.
Diante de tantas inquietações as leituras que venho realizando, surgem-me como um alívio e ao mesmo tempo percebo a possibilidade de construir uma representação de sertanejo que se aproxime do real usando fontes diferentes daquelas consagradas por modelos clássicos. Defendo, por meio das produções teóricas da Nova Historia Cultural, que isso não implica em uma banalização do trabalho do historiador e tão pouco de proporcionar à pesquisa uma seriedade pouco expressiva. Ao contrário, longe de serem banais, essas fontes também são fundamentais para a aprendizagem e produção de novos pontos de vista sobre o conhecimento, promovendo com isso uma nova visão de mundo sem perder de vista a coerência dos debates científicos e especializados.
Neste sentido, a guisa de conclusão, não posso dizer que vou fazer uma análise complete a respeito da representação das identidades de sertanejos no Brasil, mas apresentar uma delas provocada pela circulação de um almanaque farmacêutico que também serviu de material de leitura nas escolas do país durante várias décadas do século XX. Para isso, parto do princípio que a escola efetuou de forma espontânea a situação e as práticas do personagem Jeca Tatu. Por outro lado, os leitores, em especial as crianças em idade escolar, operacionalizaram de modo inconsciente uma imagem de sertanejo omitida pelo modelo apresentado nos Almanaques Biotônico Fontoura, inviabilizando para a época outras formas de pensar esse homem sertanejo e as complexidades que os abrangiam.

Referências
CBBA, Castelo Branco e Associados Propaganda S.A. Jeca Tatu e a propaganda brasileira. São Paulo: LR Editores Ltda. 1978.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A. 7ª. Ed. ou  reimpressão. 2003.
HUNT, Lynn. A Nova História Cultural. Tradução Jefferson Luís Camargo, São Paulo: Martins Fontes. 2001.
LE GOFF, Jacques. História e memória. 4. ed. Campinas: Ed. da Unicamp, 1996.
LOPES, Fátima Faleiros. Memória, História, Educação: trilhas sugeridas por um Almanaque. Dissertação (Mestrado em Educação) Programa de Pós-graduação em Educação da UNICAMP, Campinas-SP, 2002.
MANIFESTO dos Pioneiros da Educação Nova. Disponível em:
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb07a.htm. Acesso em: 11 de junho 2009.

Publicado em 07/10/2010 09:57:00


Marcelo Oliano Machado – Aluno do curso de pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá.
Linha de pesquisa: História e Historiografia da Educação.

Dê sua opinião:





Clique aqui:
Normas para
Publicação de Artigos