Uncategorized

Artigo Entrid 1184

Para imprimir este artigo sem cortes clique no ícone da
impressora >>>

 

 

GERAÇÃO MILLENIUM

Maria Flávia Ferreira

Essa geração compreende os nascidos nos anos 80 e 90. Tb são conhecidos como geração Y. Esse nome Millenium surgiu de uma pesquisa americana, em que os jovens escolheram como gostariam de ser conhecidos e se nomearam assim pq eles querem dar a impressão de grandiosidade como tudo na sua geração. Também não querem ser considerados como uma geração de continuidade à geração X, geração que os antecede.
Essa geração X se caracteriza pelos nascidos entre os anos 60 e início dos 80. Essas pessoas viveram momentos políticos importantes: a Guerra Fria, a queda do muro de Berlim, a ditadura militar brasileira sob a imposição do AI-5. Foi a época de grandes estadistas como Mikhail Gorbatchov, Ronald Reagan, Margareth Tatcher; foi marcada por acontecimentos de grande magnitude como o aparecimento da Aids, em 1981. Todos esses fatos contribuíram para que a geração X traga em si sentimentos de desesperança com relação ao planeta e à humanidade. Provocou tb grande mudança no que diz respeito ao comportamento nas relações, nas questões de preconceitos da sua geração e da geração posterior. Embora a geração X tenha deixado heranças desastrosas, como a questão da deterioração do planeta, deixou tb a democracia e a possibilidade de expressão. Talvez só quem viveu sob a ameaça do AI-5 possa dar o devido valor a isso.
Essa geração privilegia a juventude, gosta de sentir-se jovem embora o tempo tenha passado para ela. Em função dos avanços da ciência, essa geração tem uma longevidade maior e com mais saúde. Por sentirem-se assim, muitas vezes rivalizam com seus filhos, freqüentando a balada deles, tentando se igualarem – são os chamados adultecentes.
A geração Millenium ou Y são depositários de grandes expectativas de seus pais, tiveram grandes investimentos, com aulas para tudo, numa tentativa desses pais os prepararem para enfrentar o mundo com melhores condições.
Não conhecem a ditadura nem a inflação galopante, mas conhecem mto bem um panorama de incerteza com relação ao futuro.
É a geração da internet, da variedade, das tecnologias que mudam continua e vertiginosamente. Eles têm pressa, tudo tem que ser rápido.
Trata-se de uma geração que nasceu com o computador e que cresceu com ele e com as evoluções tecnológicas. Sentem fascinação e domínio pelas novas tecnologias. Acompanham perfeitamente tudo com rapidez e segurança. São otimistas e mais animados em relação ao mundo em que vivem do que as gerações anteriores. Acreditam que conseguirão fazer mais coisas pelo seu planeta, pelo meio-ambiente. Aliás, culpam a geração antecessora pelo lixo herdado em todos os sentidos, ambiental, televisivo…Mas mtas vezes não se furtam ao prazer de usufruir os prazeres desses lixos.
 
Trabalham mais em equipe do que as gerações passadas embora apresentem um individualismo maior. Podemos confirmar essa afirmativa através dos vídeos infantis em que as ações em grupo são privilegiadas. Por ex: Power Rangers, Pokemom, Meninas Super Poderosas, etc… Mas têm o Simpsom como modelo paterno. É uma geração que cresceu com a tecnologia, com seus quartos cheios de aparatos tecnológicos e tb em escolas e creches cercadas de segurança e grades. (crianças que viajam com celulares, acesso à internet…).
É um jovem que acredita no seu potencial de trabalho, e trabalha bastante e está sp pronto a investir cada vez mais em si. É um jovem mto exigente consigo mesmo, aparência, conhecimento, valores. É uma geração em que não basta ser bom, tem que ser o melhor e o mais eficiente.
Seu maior desafio, colocado por eles mesmos, é inserir-se no mercado de trabalho. Isso os assusta bastante dado o alto índice de desemprego e a crise econômica. Essa falta de perspectiva profissional gera insegurança e ansiedade. Têm medo de não conseguirem uma boa colocação no mercado e não conseguirem se manter nem manter o padrão de vida dado por seus pais.
Essa Geração demora a sair de casa, investe mto na sua carreira e tem o sonho de construir uma família, mas sp numa perspectiva futura, sem um projeto mais concreto como ele faz com sua carreira. No plano pessoal o jovem apresenta mto medo do futuro, já q para ele a realidade atual se apresenta caótica e violenta. Mostram-se, mtas vezes, caretas e rígidos com relação a padrões de conduta. Ou, num extremo oposto, encontramos jovens absolutamente sem limites, perdidos e sem valores éticos.  Opostos difíceis para se trabalhar dentro de um grupo social.
Devemos pensar que essa é uma geração criada por pais que viveram a grande repressão da ditadura militar, e mais, esses pais (geração X) foram criados por pais que exerciam o direito da paternidade com regras estabelecidas por eles e com exigências de cumprimento. Foram jovens que desejavam sair da casa de seus pais e ter sua independência, ao contrário dos da geração Millenium, que não querem perder a mordomia da casa de seus pais, não querem pagar o ônus de uma vida adulta, mas só usufruir o bônus dela. A parte boa eles conquistaram, bens, autonomia…
Aos 10 anos já fazem piadas sexuais. A 1ª relação sexual acontece por volta dos 16 anos e um em cada dez jovens não se previne durante o sexo.
Nessa geração a vida privada perde fronteiras, surgem inúmeros sites de relacionamento – Orkut, facebook, MSN. Mantém relações com o mundo todo, mantém amizades por anos, sabem da vida um do outro. Falam com todo mundo ao mesmo tempo, as informações e a comunicação são rápidas, eficientes, curtas e acessíveis a todos. O contato é mto fácil, mas é superficial.
O virtual ganha grandes dimensões e perde-se o palpável, a dimensão temporal para eles é o aqui e o agora, o futuro é algo mto longe. São imediatistas.
Tem o seu corpo como ponto de partida e chegada de qualquer experimentação pela falência das instituições políticas e sociais. Só resta para ele o corpo. Com isso talvez possamos compreender melhor o excessivo uso que se faz atualmente das tatuagens, piercins, etc.
As drogas são o maior problema que eles identificam entre eles. E sabem que as bebidas e o cigarro são as drogas mais consumidas. Como eles vêem a sua geração?Enxergam-se como vaidosos, consumistas e acomodados. Independentes, impacientes, estressados, bem informados e ousados.
Com relação à escola, não cabe mais só a ela transmitir conhecimentos, cada vez mais tem se exigido dela a transmissão dos valores éticos e morais que antes eram transmitidos pela família e pela religião. Os alunos passam a maior parte do tempo nas escolas (normal, de língua, de atividade física, etc…) e mto menos tempo com suas famílias. O sentimento de solidão é grande, podemos perceber através do aparecimento de sintomas como depressão e fobias. Esse fenômeno vem sendo constatado pelo consultor e psicólogo José Ernesto Bologna. Como terapeuta de jovens e como assessor de empresas e colégios, ele vê o surto como efeito colateral do individualismo típico da nossa época. E a escola com isso tudo? “Cabe a ela dar um novo significado à solidariedade e ao espírito coletivo”, afirma Bologna, “É muito clara a transferência de responsabilidade que a sociedade da segunda metade do século XX fez para a escola. A família socializava a criança, a Igreja a moralizava, a escola a culturalizava, a empresa a inseria no processo produtivo e o Estado organizava esse processo. Agora, quase todas essas funções passaram para a escola. Os papéis mudaram muito na família, Mas há nessa transferência de responsabilidade um aspecto muito positivo para a escola. Ela não tem mais o papel de repetidora da tradição. Antigamente o pai chegava à escola dizendo: “Façam de meu filho alguém igual a mim”. Atualmente, ele diz: “Façam dele um sujeito melhor que eu, adaptado a um mundo que eu não sei como será, capaz de responder a questões que eu não sei quais serão”. Isso dá à escola uma dimensão social que ela nunca teve. De repetidora, a escola tornou-se co-criadora deste novo mundo que está surgindo.”
*Maria Flávia Ferreira : Psicóloga, Psicanalista pelo Instituto Sedes Sapientiae, Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP, autora de “Geração Zapping e escolha profissional” em Orientação Vocacional: Algumas Reflexões teóricas, técnicas e práticas , Vetor, S.P., 2004; e diversos artigos publicados em revistas e internet. Coordenou os Serviços de Orientação Vocacional e Profissional da Faculdade de Psicologia da UNISA de 1998 a 2005. Também lecionou disciplinas como Psicologia do Desenvolvimento da criança e adolescente e supervisionou os Estágios de atendimento clínico a adolescentes e adultos de 1989 a 2005. Participa como membro do Grupo Acesso (atendimento a pais em processo de adoção). Realiza atendimentos e supervisões em seu consultório particular.

Publicado em 13/11/2009 16:11:00


Maria Flávia Ferreira – Psicóloga, Psicanalista pelo Instituto Sedes Sapientiae, Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP, Professora de Psicologia do Desenvolvimento e Supervisora de Orientação Vocacional e Psicoterapia da UNISA-SP., Supervisora de Psicodiagnóstico da UNI-A. CRP – 06/17127
Lemos,C. e Ferreira, M.F.– Geração Zapping e Escolha Profissional. Em Orientação Vocacional: Algumas Reflexões teóricas, técnicas e práticas , Vetor, S.P., 2004 (no prelo).

Dê sua opinião:





Clique aqui:
Normas para
Publicação de Artigos