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Artigo Entrid 1107

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CRISE E OPÇÃO POR QUALIDADE

Jorge Carlos Machado Curi

A história da humanidade é marcada por gravíssimas instabilidades econômicas e também por pós-crises de crescimento e prosperidade. O crash de 1929, na bolsa de Nova Iorque, EUA, por exemplo, foi acompanhado por um período de depressão econômica mundial, falência de bancos, de empresas, e de elevado desemprego. Por outro lado, fez com que as engrenagens financeiras e produtivas repensassem seus processos, criando condições para décadas de desenvolvimento.

Já atravessamos diversos outros períodos traumáticos em virtude de guerras mundiais, de quedas-de-braço para regular o comércio do petróleo, de incertezas factuais e locais. De todos, tirou-se alguma lição importante e a economia voltou a ganhar corpo, condição essencial para a geração de novos postos de trabalho, para a distribuição de renda, para a universalização de serviços de saúde, de educação , entre outros.

Eis que agora estamos outra vez frente ao conhecido fantasma da crise. As notícias de cortes de vagas nas empresas tomam contas dos jornais, empresas anunciam redução de investimentos, o consumo sofre queda, as bolsas não param de despencar e os profetas do apocalipse pregam que não há saída. Há, sim. Eles estão errados. Em momentos como esse, não podemos baixar a guarda e nos deixar tomar pelo pessimismo. A hora é de reflexão. É de reflexão e de buscar caminhos, valores diferentes e de fato mais consistentes.

Médicos e população, por exemplo, tem de assumir a postura altiva de resguardar o sistema de saúde. É uma área sagrada e que não pode, sob hipótese alguma, sofrer cortes em seus já escassos recursos.

Recentemente o governo anunciou um corte provisório de R$ 37,2 bilhões nas despesas do Poder Executivo previstas para 2009. É um dinheiro que certamente fará falta na economia. O que é pior: nos ministérios da Saúde e da Educação houve bloqueio de 4,2% e de 5,36%, respectivamente.

Ora, isso é uma afronta à sociedade. Como cortar da saúde e da educação, se os brasileiros não recebem o mínimo adequado em assistência e formação. Se é necessário enxugar, que seja nos gastos, nos salários astronômicos de alguns privilegiados da política, funcionalismo e especialmente acabando com desperdícios.

Temos de exigir que o governo mantenha a roda da economia girando. Temos também de exigir que as áreas essenciais sejam preservadas e continuem recebendo investimentos necessários para uma prestação de serviço digna e de qualidade.

É uma questão de optar por prioridades. Prioridade, atualmente, é garantir um presente de perspectivas para cada um de nós e um futuro de prosperidade para nossos filhos e futuras gerações.

Guardadas as proporções, um bom exemplo vem dos Estados Unidos. No último pacote anticrise do presidente americano Barack Obama um dos setores tratados com mais atenção é a saúde. É uma demonstração de sensibilidade às causas sociais e ao humanismo.

No Brasil, essa também deve ser nossa preocupação. Esperamos que os governantes não percam referência que o maior patrimônio de uma nação é o seu povo. Portanto, é mister manter e ampliar os orçamentos de áreas vitais, como a saúde, e de construir um projeto de desenvolvimento sustentável.

Publicado em 27/02/2009 14:52:00


Jorge Carlos Machado Curi – Presidente da Associação Paulista de Medicina

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