Uncategorized

Artigo Entrid 1101

admin37109
admin37109
Para imprimir este artigo sem cortes clique no ícone da
impressora >>>

 

 

A GENIAL SUBLIMAÇÃO DO GENOCÍDIO!

Chafic Jbeili

Esta semana li reportagem no Portal Terra sobre Corinne Maier, psicanalista e economista francesa cuja obra recém-lançada defende não ter crianças em casa. Para a infeliz colega psicanalista, filhos “custam caro, poluem e, sobretudo, afundam a existência das pessoas”. Esta é uma opinião dela, não da psicanálise.

Bem, eu compreendo as razões de Corinne e até posso concordar com ela sobre os empecilhos, as dificuldades, entre outros percalços e desarranjos que um filho não desejado ou não planejado pode causar à vida de uma pessoa ou de um casal sem condições biopsicosocial e espiritual para tê-lo; mesmo assim vou discordar: para cada razão que ela apresenta para não se ter filhos, eu tenho três para tê-los.

Ao listar 40 razões para não se ter filhos e embasar suas justificativas em eventos comuns do dia-a-dia de quem tem crianças em casa, Corinne, contudo, pensou apenas nos aspectos negativos e os agravou pelo tom pessimista tanto a curto quanto a longo prazo, em especial quando diz que os pais, depois de 20 anos sem vida social, sem sexo e restrições de toda ordem, terão um filho adulto fracassado, sem emprego e sem futuro, nas palavras dela que a meu ver deve sofrer Burnout e histórico pessoal de abandono, rejeição e omissão por parte do marido na criação compartilhada de seus filhos.

Não poder ou não querer engravidar é aceitável sob o ponto de vista ético, médico ou social, mas a ideologia da não-gravidez “a la Corinne” é para não-humanos ou humanos doentes, traumatizados; ou pelo menos cansados e solitários. Se me disserem que Corinne não sofre nada disso e goza sanidade psíquica, então direi que da escola que Hitler estudou, ela foi expulsa em termos de perversidade! O primeiro intentou dizimar um povo, a segunda vai mais longe e tenta dizimar a população mundial.

Corinne vendeu e está vendendo milhões de livros. Sua inconseqüente lógica tem ganhado cada vez mais adeptos. Por ser polêmica, tudo o que se fala sobre ela acaba por divulgá-la, como acabo de fazer, mesmo sem a intenção de fazê-lo, entretanto, Corinne esquece-se dos aspectos de simbiose entre mãe e filho durante a gestação que formam o ápice da função reprodutora na mulher, conferindo-lhe o sentimento de plenitude e realização pessoal. O pensamento estético do corpo perfeito tem conseguido esvair a vocação da maternidade na mulher moderna, que se diz inteligente, competitiva e independente (de quê?).

No aspecto social, se a partir de hoje não nascessem mais crianças em todo o mundo, quem cuidará de nossos filhos quando estiverem idosos daqui a 70 ou 80 anos? Quem substituirá os aposentados em instituições de ensino, segurança, saúde, bancos etc.? Robôs? Máquinas? Quem?

O sistema socioeconômico entraria em colapso irreversível em 40 anos e a Terra entraria em decadência demográfica a cada morte até se tornar totalmente desabitada em no máximo 100 anos. Não ter filhos, na perspectiva macro-social como prevê a mal-curada ou oportunista psicanalista é o mesmo que condenar a sociedade ao nada, ao vazio, em troca de poder contar piadas com os amigos, viajar e economizar dinheiro com fraldas, para gastar com entretenimento pessoal.

As razões para não se ter filhos podem ultrapassar o número de 40 justificativas e eu tenho até algumas, confesso; nem tanto pelas magníficas e fascinantes crianças, mas em função de adultos como Corinne, como os pedófilos, como os pais omissos e irresponsáveis na criação de seus filhos. Quem sabe ela tenha sido vítima de um deles? A idéia da não-gravidez incondicional é, de certa forma, a negação da própria gestação e infância, por razões óbvias e invariavelmente traumáticas. Isto tem cura!

Fazer apologia a não-gravidez é de uma perversidade maior do que todas as atrocidades juntas e já cometidas contra a humanidade na história da civilização, pois nenhuma delas foi capaz de dizimar a população mundial tanto quanto essa idéia da não-gravidez é capaz. É a genial sublimação do genocídio.

Corinne tem dois filhos para quem irá deixar a fortuna que está fazendo em cima de suas idéias polêmicas. Seus adolescentes estão longe de serem fracassados, a não ser de mãe, pois filhos dignificam a mulher e renovam os grupos sociais, essenciais à subsistência da humanidade.

Publicado em 17/11/2008 10:48:00


Chafic Jbeili – Psicanalista e psicopedagogo

Dê sua opinião:





Clique aqui:
Normas para
Publicação de Artigos