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CONCEPÇÃO DE EDUCANDOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO E SUAS VERDADEIRAS NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

Angela Cristina Munhoz Maluf

No artigo 5º, inciso III, da Resolução CNE/CEB Nº 2 de 2001, que estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (Brasil, 2001), tem como acepção de educandos com altas habilidades/superdotação aqueles que apresentam grande facilidade de aprendizagem, levando-os a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.  Já os Parâmetro Curriculares Nacionais, em sua série de Adaptações Curriculares, Saberes e Práticas da Inclusão (Brasil, 2004), publicada pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, atribui os seguintes traços como comuns aos superdotados:

  • Alto grau de curiosidade;
  • Boa memória;
  • Atenção concentrada;
  • Persistência;
  • Independência e autonomia;
  • Interesse por áreas e tópicos diversos;
  • Facilidade de aprendizagem;
  • Criatividade e imaginação:
  • Iniciativa;
  • Liderança;
  • Vocabulário avançado para sua idade cronológica;
  • Riqueza de expressão verbal (elaboração e fluência de idéias);
  • Habilidade para considerar pontos de vistas de outras pessoas;
  • Facilidade para interagir com crianças mais velhas ou com adultos;
  • Habilidade para perceber discrepâncias entre idéias e pontos de vistas;
  • Interesse por livros e outras fontes de conhecimento;
  • Alto nível de energia;
  • Preferência por situações/objetos novos;
  • Senso de humor;
  • Originalidade para resolver problemas.

Apesar de não haver uma definição unânime de altas habilidades/superdotação, podemos adotar o modelo dos três anéis, parecer do psicólogo Joseph Renzulli, do Research Institute for Gifted Education, da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, um dos maiores especialistas no mundo nesta área. O autor aponta a função decisiva da instituição em estimular o desenvolvimento da capacidade criativa em todos os seus educandos, pois segundo o modelo dos três anéis os indivíduos com altas habilidades/superdotação são os que apresentam habilidades acima da média, em relação aos seus pares, em uma ou mais áreas de inteligência e também apresentam elevado nível de envolvimento com a tarefa e criatividade. Essas três peculiaridades apontam que na interação dinâmica entre os três traços é que se localizam os elementos primordiais para a ampliação da prática criativo-produtiva psicomotora.
Considerando as políticas educacionais inclusivas, o educando que apresenta altas habilidades/superdotação tem sido auxiliado por contribuições fundamentalmente legais que garante uma educação de qualidade e que permite o atendimento de suas necessidades educacionais especiais.  As escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na organização de suas classes comuns, de serviços de apoio pedagógico especializado em salas de recursos.
Para que a inclusão de alunos com altas habilidades/superdotação se torne realidade é necessário que os sistemas de ensino determinem preceitos de gestão notória e que todos os profissionais de educação, compartilhem da elaboração do projeto pedagógico da escola. É imprescindível presumir todas as alterações que os sistemas de ensino, as escolas e sociedade devem gerar para que educandos com necessidades educativas especiais sejam, impreterivelmente, incluídos na escola.
Hoje, a atual LDB presumi ações pedagógicas a educandos que evidenciam elevada capacidade de desempenho escolar.
No Art. 59, da LDB, foram previstos currículos, métodos, recursos educativos e organizações específicas.
1-aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar;
2-professores especializados;
3-educação especial para o trabalho;
4-acesso igualitário aos programas sociais.
 
Os procedimentos mais adequados ao atendimento aos educandos com AH/S, implicam em inovações, desafios e especialmente que atendam à curiosidade do educando, a sua necessidade de descobrir e de progredir no seu próprio conhecimento. Contudo, são proporcionadas, ao educando com altas habilidades/superdotação poucas oportunidades de desenvolvimento de suas habilidades. Neste enfoque, muitos estudiosos como: (Renzulli, 1986; Tomlinson, 1995; Guenther, 2000; Alencar & Fleith, 2001; Maia-Pinto & Fleith, 2002), têm chamado a atenção para a importância de se reconhecer e estimular, em sala de aula, o potencial de alunos superdotados e talentosos.
Os educadores precisam estimular a construção do conhecimento dos educandos, por meio de aprendizado voltado para a ampliação de conceito, que valoriza a responsabilidade, o espírito de equipe, a ética, o respeito, a cidadania e práticas educativas que desenvolvam a curiosidade, a capacidade criadora, a socialização, o raciocínio lógico do educando entre outras.
Profissionais comprometidos e estimulados compreenderão o processo de aprendizagem, proporcionarão aos educandos um maior desenvolvimento de suas potencialidades, conseqüentemente, os educandos terão maiores chances de realização pessoal e profissional.

Referências
Alencar, E. M. L. S. & Fleith, D. S. (2001). Superdotados: determinantes, educação e ajustamento. São Paulo: E.P.U.
Fleith, D. S. (1999). Psicologia e educação do superdotado: definição, sistema de identificação e modelo de estimulação. Cadernos de Psicologia, 5, 37-50.
Freeman, J. & Guenther, Z. C. (2000). Educando os mais capazes. São Paulo: EPU.
Guenther, Z.C. (2000). Desenvolver capacidades e talentos: um conceito de inclusão. Petrópolis: Vozes.
Maia-Pinto, R. R. & Fleith, D. S. (2002). Percepção de professores sobre alunos superdotados. Estudos de Psicologia, 19, 78-90.
Ministério da Educação (1995). Diretrizes gerais para o atendimento educacional aos alunos portadores de altas habilidades/superdotação e talentos. Brasília: Secretaria de Educação Especial.
__________________ (2001). Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica – Resolução nº 02 de 11 de setembro de 2001.
Monte F.R.F. & Santos, B. I ( 2004). Saberes e Práticas da Inclusão: deficiência de comunicação e sinalização- deficiência física- Brasília – Secretaria de Educação Especial.
 Renzulli, J. S. & Reis, S. M. (1996). The schoolwide enrichment model: A how-to guide for educational excellence Mansfield Center, CT: Creative Learning Press.
Tomlinson, C. A. (1995). Differenciating instruction for advanced learners in the mixed-ability middle school classroom. ERIC EC Digest # E536.

Publicado em 07/10/2008


Angela Cristina Munhoz Maluf – Ms. em Ciências da Educação,docente de graduação e pós-graduação,psicopedagoga, especialista em Educação Infantil e Especial, escritora, palestrante e consultora de projetos.

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