A valorização da leitura nas séries iniciais do ensino fundamental
A leitura é um processo que vem se formando e incorporando ao cidadão, independentemente de sua idade. E este processo acontece de maneira natural ou conduzida por alguém, pela família, por exemplo, antes da escola, constituindo-se em conhecimentos prévios que se acumulam por meio das observações curiosas do mundo, dos saberes culturais e sociais, dos diálogos e abstrações realizados no convívio social.
Resumo
O trabalho aqui apresentado vem mostrar como a leitura pode ser um importante instrumento no processo de alfabetização, nas séries iniciais do Ensino Fundamental, sendo que esta precisa ocupar horário nobre na aula, ou seja, a escola precisa viabilizar tempo para a leitura. A leitura é um processo que vem se formando e incorporando ao cidadão, independentemente de sua idade. E este processo acontece de maneira natural ou conduzida por alguém, pela família, por exemplo, antes da escola, constituindo-se em conhecimentos prévios que se acumulam por meio das observações curiosas do mundo, dos saberes culturais e sociais, dos diálogos e abstrações realizados no convívio social. Ao iniciar o conhecimento da palavra-escrita, o leitor irá incorporar a ela os sentidos que a vida lhe ofereceu. Por isso é que no mundo da teoria fala-se tanto que as palavras têm significados variados. As linhas e entrelinhas de um texto têm interpretações variadas, em função dos conhecimentos prévios de cada leitor. Assim, um leitor está sempre em formação.A leitura se faz de grande relevância nas séries iniciais do Ensino Fundamental, onde os alunos estão iniciando o processo de alfabetização e neste período é primordial o contato com materiais impressos como livros, jornais, revistas e panfletos em geral; que podem ser reforçados em sala de aula pela atuação do professor, que será o grande incentivador pela escolha correta do livro ou material a ser explorado. Sabe-se que muitos dos alunos não possuem contato algum com livros que possam contribuir para o desenvolvimento da imaginação e para o crescimento intelectual. Ainda é preciso repensar as políticas públicas, para que estas possam transformar essa realidade e possibilitar o contato de todos com a leitura, através de projetos qualificados que dêem subsídios para esta aquisição. Só assim, estes alunos que estão se iniciando no mundo alfabético poderão adquirir vocabulário adequado e interagir como mundo das palavras.É do conhecimento de todos que a leitura necessita ser um hábito entre os alunos, pois através do contato com livros diversos é possível se ampliar o vocabulário e enriquecer ainda mais o ensino. Mesmo que o aluno ainda não tenha tido contato direto com as letras ou não tenha obtido a noção gráfica das palavras, a presença de materiais impressos como livros, cartazes, panfletos, jornais e revistas podem vir a possibilitar grande alcance na conquista pela alfabetização.Quando se compreende que a formação deste processo se inicia muito antes da criança chegar ao primeiro ano do Ensino Fundamental, torna-se possível deixar mais cedo ela entrar em contato com a leitura, onde maior será seu repertório, com o qual vai dialogar e constituir-se leitora. A forma como o livro é apresentado para as crianças é definidora da sua futura relação com a leitura. Portanto, é necessário que haja uma intenção e um trabalho direcionado e planejado no sentido de saber apresentar todo tipo de texto para as leituras de alunos em fase de alfabetização. Ensinar a ler é muito mais do que ensinar a juntar fonemas, a associar consoantes com vogais. Ensinar a ler é despertar o gosto pela leitura, é provocar o interesse, é ser um leitor, ser um curioso, ser um libertador de ideias.
Palavras-chave: Leitura, Ensino Fundamental, Alfabetização.
Introdução
Dentre as principais características presentes no ato de ler encontra-se a consciência de que ninguém nasce sabendo ler: aprende-se a ler à medida que se vive. Ou seja, inicia-se a leitura de livros geralmente na escola, e outras leituras se aprendem por aí, independente da aprendizagem formal, e esta se perfaz na interação cotidiana com o mundo das coisas e com os outros. Como entre tais coisas e tais outros se incluem também livros e leitores, fecha-se o entendimento de que para entender o mundo e para viver melhor, ler se faz necessário sempre.
É importante que o trabalho de leitura esteja incorporado às práticas cotidianas de sala de aula, pois este é visto como uma forma estimuladora e prazerosa para o conhecimento, ou seja, a leitura é importante em todas as idades e em todos os momentos da vida, pois estimula a formação de cidadãos críticos, que se exige para a inserção na sociedade.
A leitura com sentido e objetivo para o aprendiz, se torna prazerosa e instiga a busca por outros tipos de textos. Em função disso, a escolha de textos de boa qualidade, autênticos, variados, desde o início da escolarização, é fundamental para a formação de bons leitores.
Na escola, a leitura acaba por vir após a escrita, mesmo sendo que ambas caminham juntas. A escrita toma todo o tempo, enquanto que a leitura é vista como uma atividade extra na aula que, normalmente, acontece, quando os alunos terminam a lição, ou quando sobra tempo. Assim, a leitura precisa ocupar um ponto forte na aula, e é a escola que irá precisar viabilizar esta abertura.
O papel do professor também se faz de grande relevância neste processo de valorização da leitura, onde este precisa estar sempre em contato com vários tipos de leitura, para que dessa forma, o aluno possa ser estimulado a ler.
O presente trabalho tem como objetivo mostrar que, desde as séries iniciais, as crianças são capazes de desenvolver o hábito de leitura. Para que isso aconteça, é necessário que o professor desenvolva um trabalho motivante e experimental, com materiais diversos proporcionando à criança não só contato com várias obras de literatura, mas também contato com a leitura informatizada. Este contato deve possibilitar que ela cresça em conhecimento através dos diversos tipos de leitura, como também desenvolva técnicas de leitura diversas, auxiliadas pelas ferramentas tecnológicas.
Como metodologia do trabalho apresentado foi utilizada a pesquisa bibliográfica, a qual se encontra baseada em autores diversos que nortearam toda a descrição do texto. A seguir é possível perceber o desenrolar de todo o texto, que contém tópicos que abordam a questão da leitura na alfabetização.
CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL
A leitura, como prática social, é sempre um meio, nunca um fim. Ler é resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. Fora da escola, não se lê só para aprender a ler, não se lê de uma única forma, não se decodifica palavra por palavra, não se responde a perguntas de verificação do entendimento preenchendo fichas exaustivas, não se faz desenho sobre o que mais gostou era raramente se lê em voz alta. Isso não significa que na escola não se possa eventualmente responder a perguntas sobre a leitura, de vez em quando desenhar o que o texto lido sugere, ou ler em voz alta quando necessário. No entanto, uma prática constante de leitura não significa a repetição infindável dessas atividades escolares. (BRASIL, 1997)
É imprescindível, que cada aluno tenha consciência de sua atuação enquanto leitor de um determinado livro e, assim, consiga considerá-lo uma prática consciente necessária para o seu desenvolvimento linguístico.
Uma prática constante de leitura na escola pressupõe o trabalho com a diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas de leitura de fato. Diferentes objetivos exigem diferentes textos e, cada qual, por sua vez, exige uma modalidade de leitura. Há textos que podem ser lidos apenas por partes, buscando-se a informação necessária; outros precisam ser lidos exaustivamente e várias vezes. Há textos que se pode ler rapidamente, outros devem ser lidos devagar. Há leituras em que é necessário controlar atentamente a compreensão, voltando atrás para certificar-se do entendimento; outras em que se segue adiante sem dificuldade, entregue apenas ao prazer de ler. Há leituras que requerem um enorme esforço intelectual e, a despeito disso, se deseja ler sem parar; outras em que o esforço é mínimo e, mesmo assim, o desejo é deixa-las para depois. (BRASIL, 1997, p. 43)
Como nos coloca Carvalho (2010), a leitura precisa ser apresentada como parte da vida das crianças, ou seja, elas devem compreender que cada texto tem sua função. Porém, um mesmo texto é utilizado como suporte em vários momentos, porque sua função também é a de interagir com o leitor. E esta interlocução recebe o que está escrito no texto, seja ele qual for e para onde for.
É preciso se formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos. (BRASIL, 1997)
Quando a criança sabe ler é diferente sua relação com as histórias, porém, continua sentindo enorme prazer em ouvi-las. Assim, quando as crianças maiores ouvem as histórias, aprimoram a sua capacidade de imaginação, já que ouvi-las pode estimular o pensar, o desenhar, o escrever, o criar, o recriar. No mundo de hoje tão cheio de tecnologias, onde as informações estão tão prontas, a criança que não tiver a oportunidade de suscitar seu imaginário, poderá no futuro, ser um indivíduo sem criticidade, pouco criativo, sem sensibilidade para compreender a sua própria realidade. (ABRAMOVICH, 1997, p.23)
Neste sentido, cabe à escola proporcionar um ambiente de leitura habitual entre os alunos, para que sintam a necessidade de reproduzir o que leem de maneira saudável e construir seus próprios pensamentos a partir da leitura.
Segundo Lajolo (1993, p. 7), “lê-se para conhecer o mundo, para viver melhor”. Nesse contexto, o papel dos professores, não só de Língua Portuguesa como de outras áreas de ensino, é de colaborar para a compreensão e as transformações do mundo.
Neste caso, a escolha de livros e temas relacionados a estes deve partir do próprio aluno, pois ele é quem deverá elaborar o desfecho para histórias imaginárias, assim como pensar a respeito do que está escrito.
Assim, segundo Silva, (1996, p. 46):
É necessário aprender a ler e, mais tarde, ler para aprender. Quer dizer, conseguir que o indivíduo torne-se capaz de compreender os diferentes tipos de textos que existem em sociedade e que assim possa participar de dinâmica que é a própria do mundo da escrita.
A leitura na escola tem sido fundamentalmente, um objeto de ensino. Para que possa constituir também objeto de aprendizagem, é necessário que faça sentido para o aluno, isto é, a atividade de leitura deve responder do seu ponto de vista, a objetivos de realização imediata. Como se trata de uma prática social complexa, se a escola pretende converter a leitura em objeto de aprendizagem deve preservar sua natureza e sua complexidade, sem descaracterizá-la. Isso significa trabalhar com a diversidade de textos e de combinações entre eles. Significa trabalhar com a diversidade de objetivos e modalidades que caracterizam a leitura, ou seja, os diferentes “para quês” — resolver um problema prático, informar-se, divertir-se, estudar, escrever ou revisar o próprio texto — e comas diferentes formas de leitura em função de diferentes objetivos e gêneros: ler buscando as informações relevantes, ou o significado implícito nas entrelinhas, ou dados para a solução de um problema. (BRASIL, 1997)
[…] “O momento de maior significa dono curso do desenvolvimento intelectual, que dá origem às formas puramente humanas de inteligência a prática e abstrata, acontece quando a fala e a atividade prática, então duas linhas completamente independentes de desenvolvimento, se convergem”. (VYGOTSKY, 1998, p. 33)
Assim, a história é fonte de prazer para a criança, e muito contribui para o seu desenvolvimento. O sucesso da narrativa de um texto depende de vários fatores que se interligam, sendo fundamental a elaboração de um plano, um roteiro, no sentido de organizar a fala do narrador, seu desempenho, garantindo-lhe segurança e naturalidade.
“A leitura também contribui para a formação do ser humano, uma vez que oferece assuntos para reflexão e experiências que possibilitam o despertar das emoções e estabelecimento de parâmetros, desencadeando a auto compreensão e a compreensão do mundo”. (SOUZA, 1998, p.17).
Diante desta questão sobre a leitura, ainda se faz necessária uma reflexão de como a leitura pode facilitar a comunicação dos alunos e sua evolução no processo de alfabetização, criando assim uma conscientização cultural de tamanha relevância no que diz respeito aos aspectos da aprendizagem significativa.
Alfabetizar através da leitura
A leitura enquanto recurso para a alfabetização deve ser considerada sob os aspectos da linguagem e da expressão, pois é por meio do contato com ela que o aluno conseguirá desenvolver um interesse maior por livros de todo o tipo.
“A partir da concretização da alfabetização, o caminho da leitura deverá ser o caminho para a fruição e o letramento. Para isso, o professor continuamente deverá lançar mão de suportes variados de textos, assim como de diferentes gêneros”. (CARVALHO, 2010, p. 42)
Ler diariamente para os alunos é de suma importância para que estes adquiram o hábito da leitura. A leitura possibilita a transformação, a consciência social e a mudança social. É importante que o leitor interaja com o livro que está lendo, e com este consiga criar novos conceitos e articular informações obtidas ao longo de várias leituras.
No que se refere às atividades de leitura, o trabalho de reflexão sobre a língua é importante por possibilitar a discussão sobre diferentes sentidos atribuídos aos textos e sobre os elementos discursivos que validam ou não essas atribuições de sentido. Propicia ainda a construção de um repertório de recursos lingüísticos a ser utilizado na produção de textos. Uma prática fundamental de análise e reflexão sobre a língua, que tem relação com a produção oral e com a prática de leitura, é a recepção ativa34 : prática que, cada vez mais, torna-se uma necessidade, especialmente no que diz respeito aos textos veiculados pelos meios de comunicação de massa. Nesse caso, possibilita o reconhecimento do tipo de linguagem característica, a interpretação crítica das mensagens ou a identificação do papel complementar de elementos não-lingüísticos, como a imagem e a trilha sonora, para conferir sentido às mensagens veiculadas. A compreensão crítica é algo que depende do exercício de recepção ativa: a capacidade de, mais do que ouvir/ler com atenção, trabalhar mentalmente com o que se ouve ou se lê. Trata-se de uma atividade de produção de sentido que pressupõe analisar e relacionar enunciados, fazer deduções e produzir sínteses: uma atividade privilegiada de reflexão sobre a língua. É possível estabelecer, por meio da recepção ativa, a relação de elementos não-lingüísticos com a fala, identificar aspectos possivelmente relevantes aos propósitos e intenções de quem produz o texto ou inferir a intencionalidade implícita […] (BRASIL, 1997, p. 54)
Pode-se afirmar que as crianças leem aquilo que está ao seu redor e concentram seus esforços para identificar palavras de seu contexto e compreender o significado de cada uma delas. Assim, durante o processo de alfabetização esta produção de hipóteses passa a ser essencial para que os alunos dominem as respostas.
De acordo com TERRA; NICOLA (2003) é importante considerar que a leitura é requisito direto para o aprendizado dos mecanismos da escrita, bem como fonte de ideias que ajudam a produzir uma escrita de qualidade. Ler e escrever são parcerias fundamentais na vida intelectual e cotidiana de qualquer indivíduo.
O alfabetizador deve exercer um papel de incentivador da inventividade da criança. Assim, ele deve reconhecer que o processo de alfabetização tem uma amplitude enorme. Isso significa entender que o leitor deve ser orientado para novas relações com o mundo das letras, sendo aquelas criativas, inusitadas, inventivas. Isto pressupõe um contato com os símbolos, com a extrapolação dos sentidos das palavras dentro do texto, do entendimento do intertexto, das entrelinhas, da identificação das metáforas e das novas ideias advindas da palavra escrita dentro de um texto. Assim, considerando que cada texto, em seu gênero, no tipo de suporte em que ele for anexado, irá proporcionar tipos diferentes de entendimentos. Não só em função do próprio texto, mas, sobretudo, pelo tipo de interrelação que o texto estabelece com o leitor, estabelecendo aí o processo de interlocução. Assim, impulsionado a interagir com signos verbais, o sujeito-leitor não pode ser um mero produtor programado, meramente “tradutor” de imagens e associador de letras. É por isso que o alfabetizador deverá considerar a alfabetização como um processo definidor na vida de um ser humano. Daí o papel vital que a leitura oferece na educação: leitura de textos de diferentes gêneros, em variados suportes, com letras e imagens em tamanhos apropriados, em função da faixa etária do leitor. (CARVALHO, 2010, p. 26-27)
Se torna imprescindível a partir daqui uma conversa com as crianças sobre o processo de alfabetização e letramento, diante dos momentos que estão vivenciando, para que futuros problemas não passem batido frente ao desenvolvimento de estruturas que envolvam a compreensão da alfabetização, aliadas a algumas considerações.
Acredita-se que, além disso, faz-se necessário que haja uma mudança também no ambiente educativo, para que a leitura abandone esse estigma de cunho pedagógico que até nossos dias vem sustentando.
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita, etc. Não se trata simplesmente de extrair informação da escrita, decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. Qualquer leitor experiente que conseguir analisar sua própria leitura constatará que a decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê: a leitura fluente envolve uma série de outras estratégias como seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível rapidez e proficiência. É o uso desses procedimentos que permite controlar o que vai sendo lido, tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, arriscar-se diante do desconhecido, buscar no texto a comprovação das suposições feitas, etc. (BRASIL, 1997, p. 41)
As estratégias para atrair os leitores podem ser das mais variadas possíveis, e vir por meio dos professores. Porém, se esse desejo vier acompanhado da alfabetização, o hábito da leitura precisa ser cultivado com o passar do tempo; para que assim os professores de classe de alfabetização adquiram o incentivo à leitura, mesmo que a criança ainda não conheça as letras, pois tendo esse contato e através dele, ela despertará sua curiosidade para aprender.
Diante deste contexto a alfabetização com letramento se torna uma etapa que tem com objetivo incentivar a construção de competências relacionadas à escrita e à leitura que, diante da aprendizagem em sala de aula não são tão fáceis de ser medidas, pois nestas encontram-se um sujeito que optou por aprender a ler e escrever através de determinado caminho e este deve ser respeitado, para que se dinâmico e coletivo.
Em resumo, quando as crianças se confrontam com um problema um pouco mais complicado para elas, apresentam uma variedade complexa de respostas que incluem: tentativas diretas de atingir o objetivo, uso de instrumentos, fala dirigida à pessoa que conduz o experimento ou fala que simplesmente acompanha ação e apelos verbais diretos ao objeto de sua atenção. (VYGOTSKY, 1998, p. 40)
Isto nos remete a uma reflexão em torno do que a leitura significa para a criança que se encontra em processo de alfabetização, ou seja, quando se depara com qualquer dificuldade, seja durante a alfabetização ou na aquisição da leitura, ela tende a procurar o caminho mais vantajoso para ela, no sentido de encontrar o verdadeiro sentido para aquele momento.
“Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista”. (LAJOLO, 1993, p.59)
Do mundo da leitura até a leitura do mundo, o caminho que se percorre sempre se refaz, onde ocorre um vice-versa de informações capazes de transformar leitura em prática circular e infinita, considerando esta como fundamento para a alfabetização, não se esgotando o poder que possui dentro dos círculos sociais e escolares, dos quais advém a sabedoria necessária para prática cotidiana.
A leitura pode contribuir para o desenvolvimento da personalidade das pessoas, e por essa e outras razões, o professor desde o início da vida letrada do aluno deve incentivar o gosto pela leitura, apresentando a ele obras literárias atrativas, com contação de histórias, e o incentivo em dramatizar textos diversos.
Considerações finais
É importante perceber que nem sempre o tempo de compreensão do texto é o mesmo para as diferentes crianças, ainda que estejam em um mesmo ciclo ou série. Cada aluno tem seu tempo e se faz preciso descobrir os tempos individuais deste, bem como as oportunidades que surgirão para tais acontecimentos.
Pode-se concluir então que, no momento do trabalho com a leitura é que são fixados os alicerces para a produção de bons textos. A escolha de textos e temas adequados à faixa etária dos alunos permite que eles se integrem ao exercício da leitura de modo prazeroso e investigativo.
Diante do exposto a leitura deixa de ser uma mera decodificação porque é um processo de (re) atribuição de sentidos, onde o imaginário, o faz de conta e a criatividade de fazem presentes a cada palavra lida.
É de suma importância, que o professor incentive o gosto pela leitura, principalmente nas séries iniciais, para que a sociedade tenha seus indivíduos como sujeitos da sua história, homens e mulheres que façam cultura e que impulsionem a transformação, fundamentados em princípios humanos de liberdade e solidariedade.
Assim, o educador é um elemento impulsionador, mediador da leitura, criando em sua sala de aula condições para que seus alunos possam ler. Dessa forma, ao conquistar o ato de ler, dentro das condições propícias, o professor e o aluno estarão ampliando seus conhecimentos, participando ativamente da vida social, ampliando a visão de mundo, do outro e de si mesmo, o que pode ser revertido em incentivo pedagógico para a aprendizagem.
Desta maneira, para se alcançar êxito nas aulas de leitura é preciso reavaliar todos os processos, pois o que está acontecendo é que a leitura nas escolas está sendo praticada para extrair do texto uma informação para responder a questões formuladas, ou seja, é simplesmente uma simulação de leitura.
Faz-se necessária ainda a compreensão de que ler é uma prática básica, essencial para aprender e nada substitui a leitura, mesmo numa geração rica de recursos audiovisuais e da Informática. Assim, a leitura essencial para o trabalho, o empenho, perseverança, e dedicação em aprender. O hábito da leitura é vem do exercício e este nem sempre se faz como ato prazeroso, porém, é necessário. Por isso, a importância de recorrer a estímulos para introduzir o hábito de leitura em nossos alunos.
Referências bibliográficas
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BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa – Brasília: MEC, 1997.
CARVALHO, Audrey. Formando o leitor. 1 ed. São Paulo: Rideel, 2010.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.
SILVA, E. T. A Produção da Leitura na Escola. São Paulo: Ática, 1996.
SOUZA, Maria Salete Daros de. A Conquista do Jovem Leitor: Uma Proposta Alternativa.2.ed.- Florianópolis: Ed. da UFSC, 1998.
TERRA, E.; NICOLA, J. Ler, escrever e pensar. IN: Prática de linguagem – Leitura & Produção de Textos. 1ª ed. São Paulo: Editora Scipione, 2003.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente.6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
ZILBERMAN, Regina. O leitor e o livro. Horizontes, Bragança Paulista, v.15, p. 21- 40, 1997.
Autores
Márcia Cavalmoretti : Graduada pela Uniderp – Anhanguera. email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Márcia Helena Furlan Gomes: Graduada pela Uniderp – Anhanguera, Pós Graduada em Alfabetização e Letramento pela UNAR. email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Clara Neris de Jesus: Graduada pela Uniderp – Anhanguera. email:Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.