3308 Fatores Biopsicossociais Associados A Qualidade De Vida Em Idosos Nordestinos

admin37109
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Considerando o acelerado processo de envelhecimento populacional, objetivou-se avaliar a qualidade de vida e os fatores associados em idosos 

Resumo

Considerando o acelerado processo de envelhecimento populacional, objetivou-se avaliar a qualidade de vida e os fatores associados em idosos usuários da rede básica de saúde de Natal/RN. Estudo transversal realizado no período de junho a outubro de 2009, com 215 idosos selecionados aleatoriamente. Utilizou-se um questionário estruturado com dados sócio-demográficos, hábitos de saúde e morbidade referida, o WHOQOL-OLD e WHOQOL-Bref para avaliar a qualidade de vida, a Escala de Katz e de Lawton para verificar a capacidade funcional, e GDS-15 para identificar os sintomas depressivos. Os dados foram analisados pelo SPSS 15.0, considerando um nível de significância p<0,05. Verificou-se uma média de idade de 69 anos, com predominância do sexo feminino (74,4%), de casados (44,2%) e com baixo nível de escolaridade (80%). Dentre as variáveis sócio-demográficas, somente a idade apresentou associação com a qualidade de vida total (p=0,059). A idade, a presença de doenças crônicas, e a depressão se mostraram significantes para a qualidade de vida total e suas dimensões, segundo o modelo de regressão logística múltipla. Percebe-se que com o processo de envelhecimento, deve-se incentivar a prevenção das doenças e o planejamento de ações multidisciplinares, a fim de garantir a qualidade de vida da população que envelhece.

Palavra-chaves: Qualidade de Vida, Envelhecimento, Saúde, Prevenção.

Abstract

Considering the rapid population aging process, aimed at evaluating the quality of life and associated factors in elderly users of the basic health of Natal/RN. Cross-sectional study conducted between June to October 2009 with 215 subjects selected randomly. We used a structured questionnaire including socio-demographic, health behavior and morbidity, the WHOQOL-OLD and WHOQOL-Bref to assess the quality of life, the scale of Katz and Lawton to verify the functional ability, and GDS-15 to identify depressive symptoms. Data were analyzed by SPSS 15.0, considering a significance level of p <0.05. There was a mean age of 69 years, predominantly female (74.4%), married (44.2%) and low education level (80%). Among the socio-demographic variables, only age was associated with overall quality of life (p = 0.059). Age, presence of chronic diseases, and depression proved significant for the overall quality of life and its dimensions, according to multiple logistic regression model. It is felt that with the aging process, it is necessary to encourage disease prevention and disciplinary action planning in order to ensure the quality of life of the aging population.

Keywords: Quality of life, Aging, Health, Prevention.

Introdução

                O rápido aumento da expectativa de vida da população mundial deve-se a fenômenos importantes: a transição demográfica e a transição epidemiológica. O primeiro fenômeno está relacionado ao processo de envelhecimento da população, que acontece em ritmo acelerado, devendo-se, em parte, aos avanços científicos e tecnológicos, e à melhora nos parâmetros de saúde ao longo do tempo. Já a transição epidemiológica considera as mudanças que vem ocorrendo nos padrões de morte, morbidade e invalidez, passando as doenças crônicas a se constituírem como um dos principais problemas de saúde para os países em desenvolvimento (JOIA, RUIZ, DONALISIO, 2007; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002; SCHRAMM ET AL, 2004).

                Desta maneira, em todo o mundo, o número de pessoas com 60 anos ou mais está crescendo mais rapidamente do que o de qualquer outra faixa etária. A população de idosos, pessoas com 60 anos ou mais, cresceu 7,3 milhões entre 1980 e 2000, totalizando mais de 14,5 milhões em 2000. O Brasil, até 2025, será o sexto país em número de idosos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005).

                Como consequência da elevação populacional de idosos, há o aumento no número de condições crônicas sobre a saúde desta população, podendo ser visto como resultado da mudança dos hábitos de saúde, que tornou os indivíduos mais expostos aos fatores de risco (FREITAS, MENDES, 1990; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004; ALONSO, SEUC, 2005). Estudos tem mostrado a depressão como uma condição mundialmente vivenciada e uma importante questão de saúde pública, que apresenta altas taxas de prevalência. Este transtorno possui uma sintomatologia incapacitante, sendo este o transtorno psiquiátrico mais frequentemente encontrado nos idosos (DUNN ET AL., 2002; SNOWDON, 2002; SHEAR, ROOSE, LENZE, ALEXOPOULOS, 2005). As condições crônicas podem produzir no indivíduo uma quebra na sua dinâmica de desenvolvimento, gerando uma desarmonização e exigindo uma reestruturação da sua vida, para que possa viver com qualidade (SEBASTIANI, SANTOS, 2001).

                O envelhecimento humano se configura como um processo do ciclo evolutivo que pode oferecer riscos ao bem-estar psicológico e à boa qualidade de vida (QV), sendo acompanhado por perdas significativas para o indivíduo. Dessa forma, verifica-se a importância de compreender a velhice como um período do ciclo vital que merece atenção dos profissionais, das políticas e dos serviços de saúde (KHOURY, GÜNTHER, 2006; SOUSA, GALANTE, FIGUEIREDO, 2003).

                A QV, entendida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um conceito subjetivo, multidimensional, com elementos positivos e negativos, torna-se importante nos estudos sobre o envelhecimento. Pode ser definida como a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e nos sistemas de valores nos quais vive, relacionando-se aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (THE WHOQOL GROUP, 1995).

                Diversos estudos procuram avaliar os fatores e as condições de vida associadas ao grau de satisfação e de bem-estar em idosos, caracterizando a QV, a partir dos seus hábitos de saúde, da existência de doenças crônicas e da avaliação da capacidade funcional (JOIA ET AL, 2007; PEREIRA ET AL, 2006). Diante do exposto, este trabalho tem por objetivo avaliar a qualidade de vida dos idosos residentes no município de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, e sua relação com distintas variáveis sócio-demográficas, de saúde, depressão e capacidade funcional.

Método

Participantes               

                Estudo transversal realizado no município de Natal, capital do Rio Grande do Norte, Região Nordeste do Brasil. A amostra por conveniência foi constituída por 215 idosos, usuários das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município. As UBS foram sorteadas, e os participantes selecionados aleatoriamente, de acordo com a ordem de chegada para o atendimento na Unidade. Foram incluídos no estudo idosos com 60 anos de idade ou mais, usuários da rede básica de saúde. Adotou-se como critério de exclusão indivíduos que apresentaram déficit cognitivo, verificado através do Mini-Exame do Estado Mental (FOLSTEIN, FOLSTEIN & MC HUGH, 1975), que poderia comprometer a compreensão das instruções para a aplicação dos instrumentos.

Instrumentos

                Utilizou-se na pesquisa um formulário estruturado, contemplando questões sócio-demográficas (idade, sexo, estado civil, escolaridade e estrutura familiar), bem como fatores relacionados à saúde (autopercepção de saúde, presença de Doenças Crônicas Não Transmissíveis – DCNT, uso de medicamentos e hábitos de saúde). Todas as variáveis de saúde investigadas no formulário foram auto-referidas.

                Para avaliar a qualidade de vida, foi aplicado o WHOQOL-OLD (World Health Organization Quality of Life – Old), um protocolo de investigação da qualidade de vida para idosos, desenvolvido pela OMS em uma perspectiva transcultural. O módulo WHOQOL-OLD consiste em 24 itens da escala de likert atribuídos a seis facetas: “Funcionamento do Sensório” (FS), “Autonomia” (AUT), “Atividades Passadas, Presentes e Futuras” (PPF), “Participação Social” (PSO), “Morte e Morrer” (MEM) e “Intimidade” (INT), podendo ser combinados para produzir um Escore Geral (TOTAL) da qualidade de vida. Cada uma das facetas possui quatro itens, e o escore transformado dos valores podem oscilar de 0 a 100, sendo os escores altos representativos de uma alta qualidade de vida e escores baixos representam uma baixa qualidade de vida (FLECK, CHACHAMOVICH, TRENTINI, 2006). Recomenda-se que o questionário WHOQOL-OLD seja aplicado juntamente com o questionário WHOQOL-bref, uma versão abreviada do instrumento WHOQOL-100. Este instrumento divide-se em 4 domínios, os quais se propõem a avaliar respectivamente: Capacidade Física, Psicológica, Relações Sociais e Meio Ambiente, constituídos por questões, cujas alternativas variam numa intensidade de 1 a 5. Quanto maior o escore, maior a qualidade de vida (FLECK, 2000).

                Para a avaliação funcional, as atividades de vida diária (AVD’s) foram mensuradas através de duas escalas: Escala de Katz para as atividades básicas da vida diária (ABVD’s), que mede a habilidade da pessoa em desempenhar suas atividades cotidianas de banhar-se, vestir-se, ir ao banheiro, transferência, continência e alimentação, e Escala de Lawton para as atividades instrumentais da vida diária (AIVD’s), como usar o telefone, fazer compras, executar atividades domésticas, usar transporte, tomar seus medicamentos, controlar finanças, preparar refeições e andar fora de casa. Foram considerados independentes nas ABVD’s os sujeitos com pontuação menor ou igual a 7 pontos, e dependentes aqueles com escore acima de 8 pontos, sendo os itens das escalas composto de três valores: independência = 0; dependência parcial = 1; dependência total = 2. Para as AIVD’s foram considerados independentes os sujeitos com pontuação menor ou igual a 5 pontos, dependência parcial com escores entre 6 e 20 pontos, e independente os indivíduos com escore maior que 21 pontos, considerando três estratos: sem ajuda = 3, com ajuda parcial = 2 e não consegue = 1 (KATZ ET AL., 1963; LAWTON, BRODY, 1969; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

                A depressão foi avaliada através da Escala de Depressão Geriátrica, em sua versão reduzida de 15 itens (GDS-15), amplamente utilizada e validada na população idosa e no Brasil. Este instrumento é composto por 15 perguntas negativas/afirmativas, no qual o resultado maior ou igual a 5 pontos caracteriza depressão, e o escore acima de 11 pontos diagnostica depressão grave (ALMEIDA, ALMEIDA, 1999; SHEIKH, YESAVAGE, 1986).

Procedimentos

                Para a elaboração do método do presente estudo, o Grupo WHOQOL Brasil concedeu autorização para a utilização dos instrumentos de Qualidade de Vida. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Parecer nº 212/2007).

                Os idosos foram recrutados nas UBS, enquanto aguardavam atendimento, sendo conduzidos para uma sala, na qual se explicitou os objetivos e procedimentos do estudo, sendo posteriormente assinado um termo de consentimento de participação na pesquisa, em duas vias, conforme recomendação da Resolução 196/96. Os instrumentos da pesquisa foram aplicados individualmente e respondidos com a ajuda do pesquisador.

                Os resultados foram codificados, introduzidos em um banco de dados e submetidos à análise pelo programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences – SPSS 15.0. A análise foi realizada mediante uma abordagem de estatística descritiva e inferencial. Na abordagem inferencial, os dados foram submetidos ao Teste t e ao Teste Qui-Quadrado, a fim de verificar possíveis diferenças de médias das idades e associações da variável qualidade de vida e da depressão, com as variáveis sócio-demográficas (idade, sexo, estado civil e escolaridade). Para a identificação dos fatores associados com a qualidade de vida total dos idosos e com suas dimensões foi realizada análise múltipla de regressão logística, considerando um nível de significância p<0,05 e como resposta o fato da qualidade de vida total e de suas dimensões estarem ou não abaixo das respectivas medianas.

Resultados

                Os idosos que constituíram a amostra do estudo apresentaram média de idade de 69,4 anos (± 6,8), com maioria no grupo etário de 60 a 69 anos (56,7%). A população pode ser descrita, de forma geral, com predominância do sexo feminino (74,4%), de casados (44,2%), com vivência em uma ambiente familiar multigeracional (75,8%), baixo nível de escolaridade, em que a maioria da amostra cursou até o nível fundamental (80%), e baixa classificação socioeconômica (78,6%).

                Com relação aos hábitos de saúde, os idosos relataram comportamentos positivos, pois apresentaram baixo consumo de bebidas alcoólicas (11,2%), o tabagismo foi relatado apenas por 7% da amostra estudada, e a realização de atividade física estava presente em 44,2% dos idosos.

                A avaliação positiva da autopercepção da saúde foi feita por 59,1% dos entrevistados, mesmo referindo a presença de DCNT em 84,7% e o uso de medicamentos (76,3%). Outras condições de saúde foram referidas, como a necessidade de internamento hospitalar nos últimos doze meses (7,9%), a ocorrência de quedas no último ano (27%) e interrupção das atividades habituais nos últimos quinze dias (13,5%). Ressalta-se, também, que quase todos os idosos (99,5%) apresentaram independência na realização das ABVD’s, bem como 90,2% não teve limitações nas AIVD’s.

                Na avaliação da Depressão 70,2% dos idosos não apresentou sintomas depressivos, mas foi verificado que 23,7% obtiveram índices para depressão em nível moderado e 6% em nível grave. Os escores categorizadas em ausência dos sintomas e com sintomas depressivos, foram submetidos ao Teste t para comparação de médias de amostras independentes e o Teste Qui-Quadrado de associação. De acordo com os resultados, não há diferença entre as médias das idades dos grupos com e sem depressão, assim como não são identificadas associações com as variáveis sexo, estado civil e nível educacional.

                Na avaliação realizada com o WHOQOL-OLD e o WHOQOL-Bref valores altos representam uma alta qualidade de vida, sendo verificados altos escores de qualidade de vida na amostra de idosos estudada, conforme a Tabela 1.

Tabela 1. Escores do WHOQOL-OLD e WHOQOL-Bref e suas dimensões. Natal – RN, Brasil, 2016.

Dimensões

Mediana

Média

DP

WHOQOL-OLD

 

 

 

Funcionamento Sensório

68,75

67,30

20,16

Autonomia

62,50

64,36

16,04

Atividades Passadas, Presentes e Futuras

68,75

67,70

14,73

Participação Social

68,75

66,95

15,14

Morte e Morrer

75,00

67,33

24,80

Intimidade

68,75

64,01

20,37

Total

66,67

66,27

11,56

WHOQOL-Bref

 

 

 

Físico

14,00

13,51

1,82

Psicológico

14,00

13,27

1,94

Relações Sociais

15,00

15,11

2,44

Meio Ambiente

13,00

12,99

2,24

Total

16,00

14,64

2,46

Fonte: elaborada pelos autores.

                A Tabela 2 contempla a análise entre a variável Qualidade de Vida Total (TOTAL), e as variáveis idade, sexo, estado civil e nível educacional. Apenas com a variável idade é que se verifica uma tendência a uma significância estatística (p=0,059).

Tabela 2. Análise da associação de características sócio-demográficas com qualidade de vida total dos idosos. Natal – RN, Brasil, 2016.

Características

Sócio-demográficas

WHOQOL-OLD TOTAL

P

>66,67

n(%) ou M(DP)

<66,67

n(%) ou M(DP)

Idade: M(DP)

68,46 (6,5)

70,23 (7)

0,059a

Sexo

 

 

0,249b

Masculino

29 (29,3)

26 (22,4)

 

Feminino

70 (70,7)

90 (77,6)

 

Estado Civil

 

 

0,240b

Solteiro

17 (17,2)

23 (19,8)

 

Casado

51 (51,5)

44 (37,9)

 

Viúvo

24 (24,2)

39 (33,6)

 

Divorciado

7 (7,1)

10 (8,6)

 

Nível Educacional

 

 

0,254b

Nunca Estudou

17 (17,2)

17 (14,7)

 

Fundamental

59 (59,6)

81 (69,8)

 

Médio ou Superior

23 (23,2)

18 (15,5)

 

Total

99 (46)

116 (54)

 

Legenda: a – Teste t para amostras independentes; b – Teste qui-quadrado.

Fonte: elaborada pelos autores.

                Na Tabela 3, estão expostas as variáveis que se mostraram relacionadas com a qualidade de vida total e com suas dimensões. Nas características sociais, a idade se mostrou relacionada com as dimensões Autonomia, Atividades Passadas, Presentes e Futuras, Morte e Morrer e QV Total, e a condição de viuvez apresentou associação com a dimensão Participação Social. A presença de Doenças Crônicas pode ser fator preditor para diminuição da qualidade de vida nas dimensões Funcionamento do Sensório, Autonomia e QV Total. A depressão pode se constituir como fator de risco para as dimensões e o total da QV, com exceção da categoria Funcionamento do Sensório. Não houve associações com sexo, nível educacional e capacidade funcional.

Tabela 3. Fatores significantes para a qualidade de vida total e para suas dimensões, segundo o modelo de regressão logística múltipla. Natal – RN, Brasil, 2016.

 

Características

Dimensões WHOQOL-OLD

Funcionamento Sensório

Autonomia

Atividades Passadas, Presentes e Futuras

Participação Social

Morte e Morrer

Intimidade

Total

OR

[IC95%]

p

OR [IC95%]

p

OR [IC95%]

p

OR [IC95%]

p

OR [IC95%]

p

OR [IC95%]

p

OR [IC95%]

p

Idade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

60 a 69 anos

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

70 a 79 anos

1,2

[0,61-2,17]

0,670

1,02

[0,53-1,94]

0,943

0,87

[0,45-1,70]

0,700

0,67

[0,34-1,30]

0,241

2,00

[1,01-3,95]

0,046

1,38

[0,72-2,65]

0,323

1,60

[0,80-3,20]

0,181

Acima de 80 anos

2,5

[0,79-7,91]

0,119

6,93

[1,76-27,24]

0,006

5,35

[1,25-22,87]

0,023

8,35

[0,99-70,42]

0,051

1,96

[0,60-6,31]

0,260

1,74

[0,55-5,47]

0,337

6,85

[1,86-25,14]

0,004

Estado Civil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Solteiro

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

Casado

0,93

[0,39-2,17]

0,868

0,81

[0,33-1,96]

0,646

0,63

[0,25-1,57]

0,328

1,58

[0,65-3,86]

0,309

0,75

[0,31-1,85]

0,545

0,86

[0,36-2,03]

0,733

0,84

[0,33-2,10]

0,716

Viúvo

1,49

[0,62-3,60]

0,366

0,75

[0,30-1,86]

0,542

0,96

[0,37-2,49]

0,938

2,81

[1,08-7,31]

0,034

0,84

[0,33-2,13]

0,718

0,81

[0,33-1,98]

0,653

0,99

[0,39-2,55]

0,995

Divorciado

2,09

[0,59-7,34]

0,249

0,46

[0,12-1,68]

0,243

0,96

[0,26-3,53]

0,962

0,55

[0,15-1,97]

0,360

1,27

[0,35-4,62]

0,710

1,70

[0,48-5,97]

0,405

1,63

[0,44-6,08]

0,460

Doenças Crônicas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nenhuma

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

1 a 3 DCNT

2,69

[1,14-6,32]

0,023

3,92

[1,50-10,25]

0,005

0,91

[0,38-2,15]

0,837

0,79

[0,32-1,94]

0,621

0,95

[0,41-2,19]

0,921

1,42

[0,62-3,24]

0,396

3,22

[1,23-8,39]

0,016

Mais de 4 DCNT

3,26

[0,86-2,31]

0,081

6,01

[1,50-24,05]

0,011

0,25

[0,62-1,04]

0,057

0,26

[0,06-1,08]

0,065

1,46

[0,36-5,80]

0,589

1,49

[0,40-5,45]

0,548

2,73

[0,66-11,27]

0,164

Depressão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Normal

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

|

 

Moderada

1,93

[0,93-3,99]

0,073

2,21

[1,06-4,60]

0,034

4,39

[1,89-10,18]

0,001

2,39

[1,07-5,33]

0,032

3,72

[1,65-8,38]

0,002

3,31

[1,55-7,05]

0,002

7,74

[3,20-18,73]

0,000

Grave

3,43

[0,87-13,44]

0,076

6,26

[1,29-30,20]

0,022

13,37

[1,60-111,36]

0,016

6,69

[1,28-35,01]

0,024

10,27

[1,26-83,41]

0,029

3,09

[0,78-12,22]

0,107

8,16

[1,61-41,20]

0,011

 

 

Discussão

                Nos estudos sobre o envelhecimento deve-se considerar a heterogeneidade do processo de desenvolvimento que envolve esta etapa da vida do individuo, uma vez que idosos podem ser saudáveis e com boa habilidade funcional ou necessitar do cuidado de outras pessoas. Desconsiderar as diferenças individuais dos idosos, negar a velhice ou negligenciar suas necessidades pode comprometer a QV (PASCHOAL, 2005).

                Desta maneira, mensurar a QV é uma tarefa complexa, pelo caráter subjetivo da medida, e por sofrer influências de múltiplos fatores. Sendo assim, os instrumentos de avaliação implicam na adoção de múltiplos critérios (TORRES ET AL., 2009; VECCHIA ET AL., 2005). O desenvolvimento do instrumento WHOQOL-OLD pode ser visto como um avanço na tentativa de compreender a QV através de critérios específicos para a população idosa. Dentro de uma perspectiva transcultural, considerou as características fundamentais da velhice, e a natureza multidimensional do conceito de QV, assumindo que a avaliação das dimensões deve ser apropriada a adultos idosos (FLECK ET AL, 2006).

                Os resultados do estudo apontam para uma predominância do sexo feminino, casados, com baixo nível de escolaridade e baixo nível socioeconômico, semelhantes a outros estudos brasileiros (ALEXANDRE, CORDEIRO, RAMOS, 2009; LIMA-COSTA, BARRETO, GIATTI, 2003; MORAES, SOUZA, 2005; VERAS, 2003). Estes dados também correspondem à população que faz uso regular do Sistema Único de Saúde e frequenta suas unidades de atendimento.

                Foram identificadas associações da idade com a qualidade de vida. Os altos escores do construto obtidos nesse estudo podem refletir uma satisfação elevada com a vida, caracterizando o paradoxo da velhice, interpretado como um processo de adaptação ou satisfação com a estabilidade alcançada durante toda a vida (DRAGOMIRECKA ET AL, 2008).

                Percebe-se que nas alterações relacionadas à idade estão a presença de fatores de risco e a ocorrência de DCNT, que determinam para o idoso diferentes níveis de dependência, diretamente relacionada à perda de autonomia e dificuldade de realizar as atividades da vida diária, interferindo na sua QV (PARAYBA, VERAS, MELZER, 2005). Em estudo realizado por Alves, Leite e Machado (2010), foi percebida uma relação entre a percepção do idoso acerca de sua saúde e suas doenças crônicas, bem como sobre a forma que estes fatores podem contribuir à sua dependência funcional, e assim levar à queda do bem-estar e qualidade de vida da pessoa idosa. Contudo, neste estudo, não foram verificadas associações da QV com a capacidade funcional, dado semelhante ao estudo de Alexandre, Cordeiro e Ramos (2009), no qual se percebeu que a capacidade funcional não influencia o aumento da qualidade de vida na velhice.

                No entanto, as doenças crônicas estavam relacionadas com a dimensão Funcionamento Sensório, na qual se avalia o funcionamento das funções sensoriais e seus efeitos no desenvolvimento das atividades de vida diária, permitindo levantar uma preocupação com a perda da independência e autonomia dos indivíduos. Estudos recentes corroboram a este resultado, apontando que debilidades no sistema sensório-perceptual levam ao declínio da qualidade de vida, e o seu respectivo tratamento pode levar a melhorias na QV (CARVALHO ET AL., 2004; MANTELLO ET AL., 2008; SOUSA, RUSSO, 2009). A dimensão Autonomia também se relacionou com a presença de DCNT, mostrando que a insatisfação com esse construto pode refletir a perda da liberdade em fazer escolhas e controlar o futuro, diminuindo a qualidade de vida na velhice.

                A depressão, condição cônica reconhecida como importante problema de saúde do envelhecimento, apresentou associação com cinco dimensões e o valor global da qualidade de vida. Reconhecida como condição mental mais prevalente em indivíduos idosos, tem projeção de ser a segunda principal causa de incapacidade em todo o mundo em 2020 (SHEAR ET AL., 2005). Este fenômeno na pessoa idosa está intimamente associado a aspectos da senescência e da senilidade, como declínio físico, funcional e cognitivo, perda de peso e desnutrição, baixa auto-estima, interpretações negativas do cotidiano e não-aderência aos tratamentos de doenças crônicas, conduzindo o sujeito à vivência de sentimentos negativos, tais como: sensação de abandono, de inutilidade, de falta de autonomia, de falta de controle sobre o meio e sobre si mesmo (COHEN, 2002; KHOURY, GÜNTHER, 2006), que podem dirigir a um decréscimo na qualidade de vida da pessoa idosa. De acordo com Chachamovich, Fleck, Laidlaw e Power (2008) o diagnóstico da depressão tem grande influência na diminuição da qualidade de vida. Traz, ainda, um prognóstico pobre, sendo associada ao aumento da mortalidade, morbidade e utilização de serviços de saúde.

                Os resultados corroboram com a multidimensionalidade do conceito de QV, o relacionando à saúde, ao estilo de vida, às relações sociais e à satisfação com a vida. Ações de educação e prevenção que visem a manutenção dessas características, que declinam com o processo de envelhecimento, viabilizam a melhoria da qualidade de vida, exigindo atenção dos profissionais, das políticas e dos serviços de saúde (KHOURY, GÜNTHER, 2006). No cenário de um crescente envelhecimento populacional, há de ser viabilizadas condições de qualidade de vida plena, que promovam o desenvolvimento saudável e ativo da população idosa, de modo congruente com sua realidade e vivências do cotidiano, sejam de cerne pessoal ou coletivo.

                Por fim, conclui-se que há o tema da qualidade de vida na pessoa idosa é uma preocupação recorrente e vislumbra-se a necessidade do fomento de mais pesquisas que busquem implementar programas de promoção do bem-estar biopsicossocial ao idoso e que tenham como objetivo o fortalecimento destas instâncias, os quais, por sua vez, devem respaldar-se nas políticas públicas de saúde e seguridade social.

 

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Autores

Ádala Nayana de Sousa Mata

Psicóloga (UFRN). Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCOL/UFRN). Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Campus Universitário, Lagoa Nova, 59.078-970, Natal/RN, Brasil,  e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Rodrigo da Silva Maia

Psicólogo (UFRN). Doutorando em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI/UFRN). Pesquisador voluntário do Grupo de Pesquisa (CNPQ): Grupo de Estudos Psicologia e Saúde (GEPS). Campus Universitário, Lagoa Nova, 59.078-970, Natal/RN, Brasil,  e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Eulália Maria Chaves Maia

Psicóloga. Doutora em Psicologia Clínica (USP). Professora Titular e bolsista de produtividade (CNPq) na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Líder do Grupo de Pesquisa (CNPQ): Grupo de Estudos Psicologia e Saúde. Campus Universitário, Lagoa Nova, 59.078-970, Natal/RN, Brasil, e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.