Desenvolvendo relações saudáveis dentro do ambiente escolar: enfoque na qualidade de ensino da educação especial
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A inclusão de pessoas com deficiência tem se mostrado um assunto e uma prática desafiadora para a Educação Especial no Brasil.
Biancka D. Romain Cozza, Driele M.R. de Jesus, Edegar R. Minte, Endrews J.V. De Oliveira, Mariah Caroline C. B. Barbosa, Poliana de S.Araujo, Lorrana Secada, Antônia Cristina P. de Azevedo
Resumo
A inclusão de pessoas com deficiência tem se mostrado um assunto e uma prática desafiadora para a Educação Especial no Brasil. Com isso, o objetivo deste artigo é apresentar e problematizar as possibilidades de desenvolver parcerias benéficas entre as partes envolvidas, visando assim uma melhor qualidade de ensino-aprendizagem na educação especial, sendo importante salientar que o psicólogo pode contribuir para o desenvolvimento dessa parceria, através de seus conhecimentos teóricos e práticos. Os autores basearam-se em saberes e práticas consolidadas em aulas, assim comona realização de pesquisas teóricas, a fim de desenvolver um melhor embasamento do assunto abordado. Através das pesquisas, os resultados demonstram a necessidade de desenvolver um melhor processo de educação inclusiva. Observou-se que algumas melhorias já foram obtidas, porém há questões que necessitam de uma melhor atenção, como: a relação dos outros alunos e sua adaptação, professores e suas capacitações, além de equipes gestoras e auxílio da comunidade. Conclui-se que se faz necessário mais estudo e pesquisa para ampliar o conhecimento, objetivando desenvolver e viabilizar a verdadeira inclusão, de maneira que não haja exclusões ou segregações em um ensino ineficiente. Sendo de suma importância a mudança da visão de mundo e oportunizar o profissional de psicologia a trabalhar em conjunto com o profissional da educação, possibilitando que o conhecimento produzido pela psicologia possa contribuir com a prática educativa, ou seja, o psicólogo pode e deve se envolver diretamente com a ação educacional.
Palavras-chave: Motivação; Aprendizagem; Queixa Escolar; Professor; Inclusão.
Abstract
The inclusion of people with special needs has been a challenging matter and practice for Special Education in Brazil. In light of this, the objective of this article is to present and problematize over the possibilities for developing beneficial partnerships among the involved parts, aiming for a superior quality in teaching-learning in special education, being important to note that the psychologist can contribute to the development of said partnerships, through theoretical and practical knowledge. The authors based in learnings and practices consolidated in class and along theoretical research hope to develop a better technical foundation for the subject. According to research the results demonstrate the need to develop a better inclusive education process, it is also worth to note that some improvements have already been achieved, however there are still matters that demand increased attention such as: relationship with other students and adaptation, teachers and their capacitance, not to mention management teams and community support. We can conclude that more study and research is needed to widen our knowledge, develop and make possible true inclusion, in a way that no more exclusions and segregation take place in an efficient teaching system. It is of utmost importance the change in world view and the creation of opportunities for the psychology professional, work in unison with the education professional, therefore the knowledge produced by psychology can contribute with educational practice, the psychologist can and must get directly involved with educational action
Keywords: Motivation; learning; school problems;teacher; inclusion.
Introdução
O presente artigo foi produzido em parceria com a disciplina de Psicologia Escolar I do Curso de Psicologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal), Unidade de Lorena, buscando articular os saberes e práticas consolidadas em aulas aos conhecimentos da àrea da Psicologia Escolar. Caracteriza-se como um artigo de revisão, tendo por temática a importância da parceria de psicólogos com a instituição de educação no processo de inclusão de alunos com necessidades especiais.
A Psicologia Escolar é uma área da Psicologia que trabalha com questões que ocorrem dentro das escolas e com os indivíduos que estejam envolvidos com a mesma, como alunos, professores, funcionários, pais e a comunidade do entorno da escola. Para realizar tal trabalho, o psicólogo escolar deve conhecer o contexto em que a escola está inserida e conhecer a dinâmica interna, para saber quais pontos devem ser trabalhados primeiro, os chamados pontos de urgência. O psicólogo deve olhar para a escola como seu paciente e buscar manter uma postura clínica, utilizando de técnicas e conhecimentos psicológicos para resolver os problemas que surgirem. O trabalho dentro da instituição é contínuo, pois a todo momento surgem situações que demandarão da intervenção do psicólogo.
Na atual situação em que se encontra a educação no Brasil, é perceptível a necessidade de um trabalho conjunto entre os psicólogos e educadores, visto que as teorias psicológicas podem auxiliar na formação dos docentes, para que haja uma formação continuada, aprimorando assim os conhecimentos, para que esses docentes estejam em constante atualização.
O psicólogo escolar deve intervir no processo educacional, no sentindo de gerar uma educação mais inclusiva, integrando as pessoas com necessidades educativas especiais, preparando o ambiente e a equipe escolar para receber esse indivíduo, assim como os demais discentes, a fim de oferecer um melhor acolhimento, pois o ambiente deve se preparar e se adequar para receber essas pessoas, e não o contrário. Esse processo é crucial para que o indivíduo tenha suas necessidades atendidas e seu desenvolvimento não seja tolhido e ocorra de forma linear com os demais discentes.
Nesse sentido, de promover o desenvolvimento das pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, podemos citar Vygotsky, que desenvolveu extensos trabalhos na área de psicologia: apesar de não possuir um treinamento formal em psicologia, seu trabalho foi de grande contribuição para a área. Ele desenvolveu um trabalho que foi precursor na psicologia do desenvolvimento e teve profunda influência na educação escolar no mundo inteiro. Foi o primeiro a falar sobre educação especial, abordando o processo de ensino de pessoas com deficiências físicas e intelectuais.
Para Vygotsky, o ser humano evolui a partir do contato com a cultura, com o meio externo onde se está inserido, e a partir dessas interações com esse meio social o individuo irá internalizar aquilo que é externo, e assim desenvolver-se. Diferente da defectologia tradicional, o autorargumenta que nos indivíduos com algum tipo de deficiência, o desenvolvimento não é essencialmente menor, mas ocorre maneira diferente, eque o individuo com deficiência não se vê como diferente dos outros, e sim a sociedade, que o vê desta forma, criando limites e barrando assim seu pleno desenvolvimento.
Vygotsky (1989 apud CUNHA, M. L., 2013, pag. 08) apresenta, como fator fundamental no desenvolvimento complicado pelo defeito, que a insuficiência orgânica teria um duplo papel: o defeito como uma limitação, debilidade, diminuição do desenvolvimento e, por outro lado, o defeito como estímulo ao desenvolvimento, a partir das dificuldades provocadas pelo mesmo.
Para o teórico, essas limitações levariam à criação de processos compensatórios, que não se tratam de uma substituição de um órgão ou função, mas uma procura de outros meios para que esse indivíduo possa de desenvolver, levando em consideração sua limitação.
Ressalta-se que a educação é, em tese, garantida na declaração universal dos Direitos Humanos (1948) através do artigo 26.º:
Toda a pessoa tem direito à educação. […] A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
O insucesso ou fracasso da adequação do sistema de ensino é, sem dúvida, um dos mais graves problemas com o qual a realidade educacional brasileira vem convivendo há muitos anos. Portanto, o presente artigo contempla a seguinte problemática: Quais as demandas atuais de intervenção do psicólogo escolar em instituições com alunos de educação especial?
Desenvolvimento
A educação de indivíduos com necessidades especiais tem se tornado uma questão muito problemática nas últimas décadas, abordando pontos que ainda precisam ser aprimorados, no que diz respeito à eficácia do resultado que se espera obter em termos educacionais com essas pessoas.
A questão da necessidade especial ou qualquer deficiência intelectual sempre foi abordada, a princípio, pelo modelo médico, sendo diagnosticada e tratada no âmbito biológico, inserindo tais pessoas para tratamento em hospitais psiquiátricos, visto somente pelo enfoque da doença mental sem a preocupação efetiva com o desenvolvimento acadêmico e intelectual.
Com a preocupação em garantir a presença e a inclusão de pessoas portadoras de deficiências, a partir da década de 70, inicia-se a institucionalização da Educação Inclusiva nas escolas do país. Com o desenvolvimento de novos métodos e técnicas, foi possível, através de um modelo comportamental, promover a aprendizagem e a modificação de comportamentos desses sujeitos.
Porém, como podemos imaginar, esse esforço não garantiu a verdadeira inclusão dentro das escolas, já que era realizado serviço de educação especial de maneira paralela com ênfase em clínica e/ou modelos próprios. De acordo com a Declaração de Salamanca apud Gomes e Souza (2011), “a construção de uma sociedade inclusiva é um processo de fundamental importância para a manutenção de um Estado Democrático.”
O indicador de inclusão, quando focado na realização da matrícula do aluno, não garante que o acesso e a permanência do mesmo, como proclamado pelos diferentes documentos que defendem a inclusão escolar, de fato está sendo efetivado. Muito ainda se pode melhorar no que diz respeito à educação inclusiva e muito há o que se discutir tanto no que tange outros alunos e adaptação, professores e suas capacitações para atuar e dinamizar o processo de ensino aprendizagem, além de equipes gestoras e auxílio da comunidade.
Cabe, dentro deste contexto atual, ao profissional de psicologia trabalhar juntamente com toda a equipe escolar para auxiliar na mediação de todo esse processo que ocorrerá dentro de uma instituição que inclui um portador de necessidades especiais, a fim de promover um espaço para a socialização, aprendizagem, parceria e bem-estar a todos o que dele fazem parte, ou seja, ajudar a promover uma verdadeira inclusão, que saia do âmbito teórico para o prático, efetivamente.
Primeiramente insere-se uma reflexão de que ainda é preciso mudar o conceito de escola que a maioria da população carrega consigo. É necessário compreender que esta não possui somente a tarefa de transferir conhecimento, mas também é o ambiente que promove reflexões e pensamentos críticos acerca da realidade vivida. Assim sendo, é capaz de interagir com alunos e comunidade local, abordando e discutindo todos os problemas enfrentados pela sociedade, desde econômicos e políticos, até raciais e preconceitos.
A quebra de paradigma que o psicólogo escolar deverá enfrentar, nesse contexto, conta com o uso de referenciais teóricos e práticos que proponham a mudança no tratamento do ser humano e de suas singularidades, que mostrem o processo de interação sociocultural de maneira positiva, sem exclusões ou segregações. Ainda mais que isso, ser psicólogo escolar no Brasil, hoje, envolve desconsiderar quaisquer diferenças de classes sociais, de capacidades físicas ou mentais, adotando o ser humano como um sujeito capaz e que evolui sempre.
É essencial que se preste um serviço humanizado e que vá de encontro com o interesse da maioria da população, melhor ainda, que atenda às necessidades da comunidade local, sempre levando em consideração as carências que cada um carrega consigo, em um olhar biopsicossocial.
A construção da nova identidade do psicólogo escolar depende, ainda, de uma compreensão de respeito e afirmação às diferenças, garantindo o desenvolvimento do papel de agente social transformador da realidade em nossas escolas, principalmente no que se refere às políticas educacionais inclusivas de alunos portadores de necessidades especiais. (Gomes e Souza 2011).
O processo de inclusão exige mudanças radicais e ressignificação do sujeito e da deficiência. Professores apontam falta de formação especializada e capacitação, inexistência de recursos adequados e apoio técnico constante, assim como atendimentos paralelos e a redução do número de alunos em sala de aula como principais desafios e necessidades a serem enfrentados.
Além disso, nota-se uma excessiva responsabilização por parte dos docentes, que se sentem no devem de obter sucesso máximo no processo de inclusão e de educação dessas pessoas, assumindo isoladamente a prática de seu trabalho, tornando-se sobrecarregados por uma função que, na verdade, é um trabalho em equipe,e que deve ser feito em conjunto, a fim de obter-se êxito.
Segundo uma pesquisa com professores e alunos de educação regular e especial em nível de doutorado, realizada por Tessaro (2007), constatou-se que o conceito dos participantes sobre inclusão dentro de escolas é insatisfatório, não havendo diferenças de respostas entre os níveis questionados. Entre os problemas citados, destacam-se a falta de infraestrutura das escolas, a falta de preparo/capacitação profissional, discriminação social e a falta de aceitação da inclusão.
Os participantes apontaram dificuldades no processo ensino-aprendizagem decorrentes da educação inclusiva. Os professores de educação especial demonstraram dar mais crédito à educação inclusiva do que os do ensino regular. Os sentimentos decorrentes da inclusão que predominaram entre os professores e os alunos com deficiência foram negativos, enquanto entre os alunos não deficientes, prevaleceram os positivos.
Incluir alunos diferentes/deficientes na classe comum do ensino regular pode ser viável, desde que se tenha em vista a complexidade de tal processo, o qual necessita muito investimento e comprometimento, principalmente dos órgãos governamentais (recursos). Igualmente, faz-se necessário muito estudo e pesquisa para ampliar o conhecimento, desenvolver e testar formas que viabilizem a verdadeira inclusão escolar.
As teorias psicológicas, quando passadas de modo crítico, podem contribuir para a formação de professores (licenciaturas, Pedagogia e normal superior) como também para a formação continuada de professores. Segundo Del Prette apud Dazzani (2010),
O conhecimento psicológico disponível sobre os fundamentos da educação e dos processos de ensino, sobre relações humanas e sobre alternativas construtivas na promoção de recursos profissionais e para profissionais, aliado ao conhecimento das questões pedagógicas, culturais e políticas que caracterizam os atuais desafios da educação, conferem ao psicólogo uma habilitação particularmente desejável para a atuação efetiva nessa área.
Ou seja, o misto de conhecimento que o profissional de psicologia agrega, aliado às questões de ensino, é que vão dar ao psicólogo a oportunidade de agir de maneira positiva nas demandas que as escolas enfrentam atualmente com a questão da inclusão de alunos especiais.
Mesmo diante de todas as críticas às relações entre Psicologia e educação, devemos insistir que o conhecimento produzido pela psicologia pode contribuir com a prática educativa, ou seja, o psicólogo pode e deve se envolver diretamente com a ação educacional. As estratégias devem ser concebidas como um dos modos de interpretar a realidade educacional objetiva – social e politicamente objetiva – sem reduzí-la a um fenômeno puramente psicológico.
E não podemos nos esquecer de que também a própria prática educativa constitui espaço importante de produção de conhecimento psicológico, principalmente como atividade que possibilita a construção de hipóteses sobre aspectos relevantes do funcionamento humano e que representa cenário de investigação e de produção teórica (Martinez, 2001 apud Dazzani, 2010).
O psicólogo pode atuar no cotidiano da inclusão escolar criando, em parceria com os educadores, novas formas de trabalho especializado, visando superar as barreiras vivenciadas pelo aluno com deficiência e pelos demais inseridos neste contexto. Sua intervenção sobre preconceitos, estigmas e mitos que se propagam sobre as pessoas com deficiência e as marcam negativamente deve ser uma das principais características de seu trabalho na educação especial, numa perspectiva inclusiva.
Nesse contexto, opta-se pelo uso de intervenção sobre o coletivo das instituições escolares, valorizando os saberes dos educadores e permitindo a eles assumir o protagonismo da inclusão escolar. Uso de recursos como grupos, dinâmicas de grupo e debates que priorizem a troca de experiências podem ser exemplos de práticas que seguem uma direção inclusiva. (Martinez, 2005 apud Mattos, 2010)
Um autor muito importante para a reflexão sobre educação especial, será Vygotski apud Nogueira e Leal, (2013) ele propõe, num contexto geral, a ideia de uma nova psicologia, que considere o sujeito em sua totalidade. Nogueira e Leal, (2013) também discorrem sobre o assunto observando Vigotski. Eles fundamentam seus estudos e visão sobre o indivíduo, considerando como foco principal o processo de educação. Os mesmos defendemque todos, independentemente de suas diferenças, possuem potencialidades de aprendizado. Almejam uma escola unificada, em que não existam distinções, em que todos consigam, apesar de diversas formas de falar e se manifestar, comunicar-se de maneira a obter uma interação saudável e eficiente.
Para isto, existe um desafio para os profissionais que trabalham com a educação: discutir e encontrar meios de relacionar o pensamento e linguagem, garantindo o direito a todos, em especial aos alunos com necessidades especiais.
Quando nos referimos a casos de deficiência, principalmente a infantil, torna-se muito difícil traçar uma direção específica, devido a vários casos terem origem na realidade cultural de cada sociedade. Diferente da antiga defectologia (estudos sobre deformidades no ser humano) e das escolas especiais da época, Vygotski foi um dos precursores da ideia da necessidade de uma defectologia moderna, que proporciona a criação de instrumentos específicos de auxílio no processo de aprendizagem de crianças com deficiência.
Sempre com uma visão de inclusão, os autores Nogueira e Leal, (2013) defendem a escola normal para todos, sem distinção. Esta forma de posicionamento permite a ampliação do modo de enxergar-se do homem, possibilitando o rompimento dos antigos padrões e paradigmas pedagógicos da sociedade, gerando um aprendizado fundamentado através das relações existentes entre o sujeito e o social.
Olhar dessa maneira possibilita tanto ao profissional de psicologia, quanto ao próprio professor, acolher o aluno de maneira diferente: no lugar de verificar suas deficiências, que ele possa avaliar sua potencialidade e qualidades.
Contudo, alerta-se para o fato de que, mais importante do que as estratégias utilizadas, é a postura do psicólogo. Esse profissional não deve ocupar o lugar do especialista, que possui todo saber exclusivo em torno do desenvolvimento e educação do aluno com deficiência, mas propor a responsabilização progressiva dos professores pela educação de todos os alunos, independentemente da condição desses.
Conclusão
Incluir alunos deficientes no ensino regular é extremamente viável, sendo uma forma de mudar de vez a estigma de que eles devem ser isolados, sofrendo assim com a exclusão social, o preconceito e a descriminação.
Pontua-se, no presente artigo, um novo olhar para estratégias de ensino-aprendizagem, para novos princípios de inclusão no cenário escolar nacional, buscando priorizar a promoção do desenvolvimento e o estímulo e a motivação em sala de aula, tendo como norte as dificuldades encontradas durante a concepção e elaboração da perspectiva inclusiva no contexto escolar, destacando-se a falta de infraestrutura das escolas, a transição incompleta de um novo método, a falta de capacitação dos professores, discriminação social e a falta de aceitação da inclusão pelo os outros alunos que se encontram no mesmo âmbito escolar. Nota-se também que as contribuições já existentes neste cenário, apesar de consideradas avanços obtidos, ainda esbarram em barreiras impostas de várias formas, sendo assim de grande valia novas estratégias a fim de desconstruir essas barreiras.
Dseat forma, mostra-se imprescindível que, diante dos argumentos expostos, todos conscientizem-se da necessidade de melhorias, a fim de facilitar o ensino destes que estão sendo inclusos. Elencando-se aqui as questões de carência de sociabilidade, responsabilidade diante do outro e a transição de uma postura menos reguladora para uma que atenda às diversas diferenças. Com isso, trazendo fortalecimento para o processo de educação como um todo. A escola de hoje, apesar de seus defeitos e precariedades, não é a mesma de dez anos atrás. Ela não está estática nem é imutável, pelo contrário, as transformações que a escola passa, são continuamente impulsionadas por conflitos, esperanças e tentativas alternativas de melhorar o ensino, buscando assim uma convivência mais harmônica no ambiente escolar e, consequentemente, uma sociedade mais humanizada.
Conclui-se que esse modelo de inclusão realizado atualmente é um método ineficiente e inadequado, tendo em vista que é determinado por lei que todos tenham acesso a uma educação eficiente e igualitária, que quando necessário sejam realizados ajustes, ambicionando atender às necessidades e dificuldades de cada aluno, ou seja, a escola deve oferecer aos seus alunos, deficientes ou não, métodos adequados que consigam alcançar a cada um, de maneira a superar qualquer contrariedade. Pode-se supor que devido a diversos fatores que foram desconsiderados durante a implantação do atual modelo de educação inclusiva, este está longe de ser considerado ideal. Entre esses fatores, incluem-se desde pesquisas mais consistentes, que auxiliam no embasamento de sua implantação e manutenção, até a falta de recursos necessários, sendo esses investimentos monetários e de pessoas capacitadas para vivenciar este método.
Reconhece-se que por se tratar de um assunto de grande amplitude e discussão social, merece ser aprofundado e questionado, de forma que este artigo corresponde apenas a um pequeno fragmento de contribuição, no propósito de inspirar futuros trabalhos nessa linha de pesquisa, fazendo-se necessário muito estudo e pesquisa para ampliar o conhecimento, desenvolver e testar formas que viabilizem a verdadeira inclusão escolar.
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Autores
Biancka D. Romain Cozza, Driele M.R. de Jesus, Edegar R. Minte, Endrews J.V. De Oliveira, Mariah Caroline C. B. Barbosa, Poliana de S.Araujo, Lorrana Secada, Antônia Cristina P. de Azevedo – (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) – BianckaDandaraRomainCozza: Graduanda do curso de Psicologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, U. E. de Lorena Driele Moreira Regina de Jesus: Graduanda do curso de Psicologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, U. E. de Lorena. Edegar Rafael Minte: Graduando do curso de Psicologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, U. E. de Lorena. EndrewsJosepVecchioni De Oliveira: Graduando do curso de Psicologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, U. E. de Lorena. Mariah Caroline Cardoso Bustamante Barbosa: Graduanda do curso de Psicologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, U. E. de Lorena. Poliana de Souza Araujo: Graduanda do curso de Psicologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, U. E. de Lorena. Lorrana Secada: Graduanda do curso de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro Antônia Cristina Peluso de Azevedo: Doutora em Psicologia pela PUCCAMP. Mestre em Psicologia da Educação pela PUC/SP. Professora e supervisora de Psicologia Escolar do curso de Psicologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal), Unidade de Lorena. Líder do grupo de pesquisa Desenvolvimento Humano e Saúde Mental do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Orientadora do trabalho.