1705 Influencia Do Treinamento Com O Metodo Pilates

Influence of trainning with pilates method on the adults’ pelvic floor: a systematic review

O método pilates é utilizado no aprimoramento da funcionalidade do assoalho pélvico e empregado também no tratamento de disfunções sexuais, incontinência urinária e alterações na força e consciência corporal.

Resumo

Introdução

O método pilates é utilizado no aprimoramento da funcionalidade do assoalho pélvico e empregado também no tratamento de disfunções sexuais, incontinência urinária e alterações na força e consciência corporal. Embora a prática do referido método seja recorrente, salienta-se a relevância de verificar sua eficácia a partir de estudos científicos. Objetivo: Analisar, por meio de uma revisão sistemática, os efeitos do método pilates sobre as disfunções do assoalho pélvico de adultos. Os objetivos do estudo foram estes: O método pilates previne e/ou diminui as disfunções do assoalho pélvico de adultos? O método pilates melhora a função do assoalho pélvico de adultos? O método pilates diminui as dores do assoalho pélvico de adultos? O método pilates é seguro? Metodologia: Foi realizado um levantamento nas bases de dados PubMed, LILACS, SCIELO e PEDro, utilizando os descritores pilates e assoalho pélvico e seus respectivos nomes em inglês por dois pesquisadores de forma independente entre janeiro e junho de 2016. A busca localizou artigos publicados entre os anos 2010 e 2016. Resultados: Foram localizados no total 15 artigos, PubMed – 09 artigos, LILACS – 03 artigos, SCIELO – 01 artigo e na PEDro 02 artigos. Após o refinamento, a partir dos critérios de inclusão e exclusão, foram analisados 06 artigos na íntegra. Conclusão: A partir dos estudos analisados constatou-se que as patologias do assoalho pélvico de adultos podem ser tratadas de forma eficaz utilizando-se o método pilates. No entanto, ressalta-se a necessidade da ampliação de pesquisas com maior rigor metodológico para que os resultados apresentados sejam mais fidedignos.

Palavras chaves: assoalho pélvico, exercício físico e pilates.

Abstract

Introtuction

The Pilates method is utilized on the pelvic floor to improve its functionality and it is also used on the treatment of sexual disfunction, urinary incontinence and changes in body awareness and strenght. Although the practice of this method is recurrent, it’s important to check its effectiveness from scientific studies. Objetive: To analyze, through a sistematic review, the effects of pilates method on the dysfunction of adults’ pelvic floor. The objectives of the study were these: Does the Pilates method prevent and/or decrease the adults’ pelvic floor disorders? Does the Pilates method improve the function of the adults’ pelvic floors? Does the Pilates method reduce pain on the adults’ pelvic floor? Is the Pilates method safe? Methods: It was conducted a survey in the databases PubMed/Medline, LILACS, SCIELO and PEDro, using the descriptors pilates and assoalho pélvico and their names in english by two reseachers independently between January and June 2016. The search located articles published between 2010 and 2016. Results: There were located 15 articles, in PubMed – 09 articles, LILACS – 03 articles, SCIELO – 01 article and in PEDro – 02 articles. After the refinement, from the inclusion and exclusion criteria, were analyzed 06 articles in full. Conclusion: From the studies analyzed it showed that the patologies of the adults’ pelvic floor can be treated effectively using the pilates method. However, emphasize the need to expand research with greater methodological rigor to the results be more reliable.

Key words: pelvic floor, physical exercise and pilates.

Introdução

            O assoalho pélvico é composto por diversas estruturas, entre elas, músculos, ligamentos, fáscias e ossos. Apresenta funções de mobilidade, estruturais e proteção de alguns órgãos.1 O acometimento dessa região é comum e geralmente predispõe ao aparecimento de disfunções sexuais,2 incontinência urinária,3 alterações na força e consciência corporal.4

         Existem vários fatores que influenciam no aparecimento de disfunções no assoalho pélvico que devem ser levados em consideração, a exemplo de pessoas com prolapso de órgãos pélvicos, com percentual de 43% na população adulta;5 nutrição inadequada, que altera a função muscular e nervosa causando perda de coordenação da musculatura do trato urinário;6 e a falta de exercícios físicos, que predispõe à hipotrofia muscular e ao menor controle urinário.7

         Os praticantes de exercícios físicos (EF) obtêm diversos benefícios com sua prática regular, como o incremento da força dos músculos do assoalho pélvico,8 aumento da qualidade de vida9 e melhora na flexibilidade das cadeias musculares.10 Os EF associados a uma alimentação adequada ajudam a melhorar a funcionalidade do assoalho pélvico e a retardar o aparecimento de patologias.11

Um dos métodos para praticar EF é o pilates que foi desenvolvido por Joseph Pilates no século passado e consiste em atividades que exigem equilíbrio, força, concentração e consciência corporal por parte dos praticantes, tendo como foco o desenvolvimento global e o menor gasto energético durante essa atividade.12 Existem 8 princípios fundamentais para o desenvolvimento deste método: controle, concentração, precisão, centrar, relaxamento, movimentos livres, força e respiração diafragmática.13,14

O método pilates tem sido usado para o tratamento de dismenorréia,15 disfunções urinárias3 e dores lombares16 que são fatores importantes e que influenciam diretamente na qualidade de vida das pessoas.

         Apesar de ser uma condição muito comum em mulheres que entram na menopausa e que são multíparas, e em homens pós – prostectomia, as disfunções do assoalho pélvico continuam afetando a qualidade de vida desses indivíduos. Existem vários tipos de tratamento, que dão suporte a essas pessoas, mas ainda há dúvidas se o método pilates é realmente eficaz por não haver muitos estudos com boa qualidade nem revisões com esse enfoque.

Sendo assim, o objetivo deste estudo consistiu em analisar, por meio de uma revisão sistemática, os efeitos do método pilates sobre as disfunções do assoalho pélvico de adultos.

Material e Métodos

Procedimento para coleta e análise dos dados

            Foi realizado um levantamento nas bases de dados PubMed, LILACS, SCIELO e PEDro, utilizando os descritores pilates e assoalho pélvico e seus respectivos nomes em inglês por 2 pesquisadores de forma independente entre janeiro e junho de 2016. A busca localizou artigos publicados entre os anos 2010 e 2016. Após a seleção dos artigos os 2 pesquisadores se reuniram para entrar em consenso sobre a inclusão e exclusão deles. Os desfechos estudados foram: função do assoalho pélvico, dor e segurança. Os objetivos do estudo foram estes:

– Verificar se o método pilates previne e/ou diminui as disfunções do assoalho pélvico de adultos?

– Verificar se o método pilates melhora a função do assoalho pélvico de adultos?

– Verificar se o método pilates diminui as dores do assoalho pélvico de adultos?

– Verificar se o método pilates é seguro?

Os procedimentos para a busca dos artigos foram organizados na seguinte sequência: na primeira etapa da investigação, realizou-se um levantamento de artigos com os descritores propostos nas bases de dados anteriormente mencionadas, levando em consideração inicialmente a leitura dos títulos dos artigos que foram localizados nas buscas, a fim de excluir aqueles que claramente não atendiam aos objetivos do estudo. Em uma segunda etapa essa seleção foi feita através da leitura do resumo dos artigos e depois analisando-os integralmente caso persistisse alguma dúvida.

 Após a seleção dos artigos foi feito o armazenamento deles em um banco de dados contendo informações sobre as características sociodemográficas da população estudada, país, ano, tipo de estudo, forma de coleta de dados, autores e procedimentos metodológicos como: randomização, sigilo da alocação, cegamento, análise por intenção de tratar, parada precoce (análise por interim), participantes, intervenção, instrumentos para análise, descrição seletiva do desfecho e o desfecho.

Os artigos foram agrupados por similaridade de população e resultados,  caracterizando assim, a publicação científica que se associasse à temática.

Como critério de inclusão para compor a presente revisão sistemática, foram considerados artigos originais publicados em qualquer idioma, apresentar amostra com humanos e informações sobre o tratamento/estudo do assoalho pélvico utilizando o método pilates, além de relatar informações sobre a utilização dos exercícios e da metodologia aplicada.

Os critérios para exclusão dos artigos foram: trabalhos científicos que estivessem divulgados em outras formatações, configurados como estudos de caso, séries de caso, artigos de revisão, materiais educativos, artigos incompletos ou com deficiência na descrição metodológica, principalmente no que se refere ao objetivo, métodos, resultados e conclusões e artigos com múltiplas intervenções e/ou que apresentassem apenas dados preliminares. Os artigos que estavam indexados em mais de uma base de dados também foram excluídos.

Resultados

Na etapa de análise pelos 2 pesquisadores de forma independente, os artigos foram incluídos conforme a literatura pertinente, no sentido de estabelecer consensos e produzir um resumo crítico sintetizando as informações disponibilizadas pelos estudos coletados de forma sistemática, ilustrado na tabela 1.

Tabela 1. Resultados dos artigos incluídos na revisão.

Referência

Objetivo

Metodologia

-Tipo da pesquisa

– Sujeitos

– Instrumentos

Resultados

Conclusão

1 Intra-abdominal pressure during Pilates: unlikely to cause pelvic

floor harm.

 

Tanner J. Coleman, Ingrid E. Nygaard,

Dannielle N. Holder, Marlene J. Egger,

Robert Hitchcock.

 

The International Urogynecological Association 2015.

Descrever se a generalizada pressão intra-abdominal durante exercícios de solo e no aparelho reformer de um grupo excede a pressão intra-abdominal durante o exercício sentar e levantar do outro grupo, além disso verificou-se os resultados individualmente para ambos os exercícios.

Estudo do tipo transversal.

 

20 Mulheres saudáveis entre 22 e 59 anos.

 

O instrumento utilizado para avaliar foi: Sensor de pressão intra-vaginal.

Nenhuma diferença significativa entre grupos.

 

Na análise individual 6% a 25% das mulheres excederam seus limiares médios no exercício sentar e levantar em 10 dos 22 exercícios de solo e no reformer.

 

25% das mulheres excederam suas médias máximas de pressão intra-abdominal para o exercício no reformer roll-up enquanto 13% apenas no exercício no mat roll-up.

 

 

A maioria dos exercícios de pilates não aumenta consideravelmente a pressão intra-abdominal podendo ser feito por mulheres com segurança.

 

2 A randomized clinical trial comparing pelvic floor muscle

training to a Pilates exercise program for improving pelvic

muscle strength.

 

Patrick J. Culligan, Janet Scherer, Keisha Dyer,

Jennifer L. Priestley, Geri Guingon-White,

Donna Delvecchio,  Margi Vangeli.

 

Int Urogynecol J (2010) 21:401 – 408.

Comparar a força do assoalho pélvico obtida após 12 semanas de exercícios de pilates e de um programa tradicional fortalecimento do assoalho pélvico.

Estudo do tipo ensaio clínico randomizado.

 

62 Adultas não grávidas sem experiência com o pilates ou treinamento do assoalho pélvico foram incluídas no estudo.

 

Foi usado o perineômetro para mensurar a força do assoalho pélvico e os questionários de impacto do assoalho pélvico e o inventário de ajuda do assoalho pélvico.

 

Ambos os grupos ganharam força nos músculos do assoalho pélvico sem diferença entre eles, assim como os questionários que melhoraram os resultados, mas sem diferença entre os grupos.

Os resultados encorajam e podem eventualmente espalhar o uso dos programas de exercícios de pilates para tratar e prevenir disfunções do assoalho pélvico.

3 Comparison of the functionality of pelvic floor muscles

in women who practice the Pilates method and sedentary

women: a pilot study.

 

Lia Ferla, Luciana Laureano Paiva, Caroline Darki, Adriane Vieira.

 

Int Urogynecol Journal. DOI 10.1007/s00192-015-2801-y. 2015

Verificar as diferenças existentes entre a funcionalidade da musculatura do assoalho pélvico entre mulheres que praticam pilates e sedentárias; entre mulheres que praticam pilates e são instruídas a contrair a musculatura do assoalho pélvico; entre as que praticam pilates e não são instruídas a contrair a musculatura do assoalho pélvico e entre as sendetárias.

Estudo do tipo transversal.

 

60 Mulheres com experiência no método pilates por pelo menos 6 meses ou sedentárias.

 

Para mensurar a força da musculatura do assoalho pélvico foi usado o perineometro e palpação vaginal.

 

 

Não houve diferença significativa entre os grupos em nenhuma variável analisada.

A funcionalidade da musculatura do assoalho pélvico em mulheres jovens que praticam o método pilates não difere das sedentárias.

4 Is Pilates as Effective as Conventional Pelvic Floor Muscle Exercises in the Conservative Treatment of Post-Prostatectomy Urinary Incontinence? A Randomised Controlled Trial.

 

Fabiana Rotondo Pedriali, Cintia Spagnolo Gomes, Larissa Soares, Mariana Ragassi Urbano, Eliane Cristina Hilberath Moreira, Marcio Augusto Averbeck, Silvio Henrique Maiade de Almeida.

 

Neurourology and Urodynamics DOI 10.1002/nau. 2015

 

Verificar a eficácia de um programa de exercícios de pilates comparado com o protocolo convencional de exercícios para o assoalho pélvico em um tratamento conservador de incontinência urinária pós prostectomia.

 

 

Ensaio clínico randomizado.

 

85 Homens entre 50 e 75 anos que retiraram a próstata radicalmente com queixa de incontinência urinária.

 

G1- exercícios do Pilates

G2- exercícios para o assoalho pélvico convencional mais estimulação elétrica anal.

G3- grupo controle.

 

Os instrumentos utilizados para avaliação foram: Pad Test 24h, diário miccional, Questionário consulta internacional sobre incontinência – forma curta e uso diário da frauda.

Não houve diferença entre os grupos G1 e G2 nos testes: Pad test 24h, questionário sobre incontinência e uso diário da frauda, apesar de ser constatado melhora na incontinência.

 

O grupo controle (G3) diferiu estatisticamente do G1 no uso diário da frauda e no questionário sobre incontinência.

Os exercícios do programa de pilates provaram ser tão efetivos quanto os exercícios convencionais para a musculatura do assoalho pélvico para ajudar na incontinência urinária.

5 Diminuição da dor em mulheres com dismenorreia primária, tratadas pelo método Pilates.

 

Luana Macêdo de Araújo; José Mário Nunes da Silva; Weltianne Tavares Bastos; Patrícia Lima Ventura.

 

Rev Dor. São Paulo, 2012 abr-jun;13(2):119-23.

Avaliar o método pilates como recurso não medicamentoso para o tratamento da dor em mulheres com dismenorreia primária.

Estudo do tipo quase-experimental.

 

Participaram do estudo 10 mulheres entre 18 e 30 anos.

 

Os instrumentos utilizados foram: Escala Analógica Visual (EAV) e questionário de dor de McGill.

Após as intervenções a dor melhorou na análise intra-grupo, segundo a EAV e questionário de MacGill.

 

O método pilates proporcionou alívio da dor nas mulheres com dismenorreia primária.

6 Effectiveness of adding voluntary pelvic floor muscle contraction to a Pilates exercise program: an assessor-masked randomized controlled trial.

Torelli L, Di Bella Z, Rodrigues CA, Stüpp L, Girão MJB, Sartori MGF.

International Urogynecology Journal pp 1-10 2016.

O propósito desse estudo foi avaliar a efetividade da adição voluntária da contração da musculatura do assoalho pélvico a um programa de exercícios de pilates em mulheres sedentárias nulíparas.

Estudo do tipo ensaio clínico controlado e randomizado.

 

48 mulheres, 24 em cada grupo.

 

Instrumentos: escala de Oxford (palpação vaginal), perineômetro e ultrassom.

Exercícios do programa de pilates associado com a contração da musculatura do assoalho pélvico apresentou maiores incrementos na força dessa região do que o programa de pilates sozinho.

A adição da contração voluntária da musculatura do assoalho pélvico é mais efetiva para aumentar a força dessa região do que apenas os exercícios de pilates sozinhos em mulheres sedentárias nulíparas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na fase subsequente, foram localizados 15 artigos nas buscas PubMed 09 – artigos, LILACS – 03 artigos, SCIELO – 01 artigo e no PEDro – 02 artigos. Destes, 05 foram excluídos pela leitura do título. Na fase subsequente, mediante análise dos resumos dos artigos, decidiu-se pela exclusão de 02 artigos, por fim após a leitura dos artigos na íntegra, decidiu-se excluir 02 artigos, restando 06 artigos. Estes resultados estão ilustrados na figura 1.

Figura 1. Etapas do processo de seleção dos artigos nas bases de dados.

 



Discussão


As publicações que englobam a temática da influência do treinamento com o método pilates sobre o assoalho pélvico de adultos apresentam-se recentes e escassas, o que justifica o baixo número de artigos presentes nessa revisão. A análise criteriosa dos referidos artigos demonstrou que cerca de 80% deles, apresentaram conclusões favoráveis à prática do método pilates sobre o assoalho pélvico de adultos.

É importante mencionar que parte dos artigos analisados não apresentaram randomização,15,17,19 sigilo de alocação,15,17,19 e cegamento,15,17,18,19 diminuindo o poder estatístico sobre o tema estudado e colocando em questão os critérios utilizados para as afirmações postuladas. Além disso, os artigos que informaram terem feito a randomização, não esclareceu a forma que foi realizada. 20,21.

Tais constatações suscitam reflexões acerca do rigor metodológico para que não haja superestimação dos resultados. 22,23,24 No que se refere às razões da eficácia do método pilates para o tratamento de disfunções do assoalho pélvico, há artigos que indicam que a referida prática aumenta a força dos músculos da região pélvica,18,20 aumenta a circulação sanguínea local,25 melhora eficácia e coordenação durante as contrações musculares26,27 e a qualidade de vida.28 Esses resultados se coadunam com publicações que abordam os benefícios do método pilates.29,30

         A despeito da estimulação da musculatura do assoalho pélvico, consta na Cochrane (2012) uma revisão sistemática que aponta a incerteza da quantidade de exercícios físicos necessários para que ocorra a estimulação adequada dessa região. Essa imprevisibilidade, de acordo com o estudo decorre, sobretudo, da baixa à moderada qualidade dos estudos realizados, somados a grande variação entre as populações, desfechos e protocolos de intervenções que dificultam comparação entre eles.31

         Embora ainda não se tenha certeza sobre a quantidade exata de exercícios, a estimulação do assoalho pélvico para melhorar sua funcionalidade pode ser feita dando maior enfoque aos músculos fásicos, tônicos ou ambos já que eles exercem funções distintas nessa região32. Alguns dos estudos dessa revisão descreveu que houve primordialmente a estimulação dos músculos fásicos20 ou de ambos.18

Outra revisão sobre a prática de pilates em pessoas saudáveis afirma cautelosamente que há benefícios aos praticantes, a exemplo da melhora da função e ativação muscular,33 corroborando com os resultados apresentados nessa revisão.

            No que se refere ao desfecho dor e segurança, o pilates mostrou-se eficaz para o tratamento de dor lombar crônica devido principalmente a melhora da função muscular, flexibilidade e equilíbrio, dessa forma, fazendo com que as pessoas melhorassem a qualidade de vida.34 Além disso, durante os exercícios a pressão intra-abdominal não aumenta consideravelmente15 e diminui as dores de mulheres com dismenorréia17.

Conclusão

         Essa revisão constatou que o método pilates pode ser uma boa forma das pessoas tratarem as disfunções do assoalho pélvico ou preveni-las de forma segura, além disso, a contração muscular dessa região ajuda a melhorar sua função. Salienta-se que ainda precisa haver estudos com melhor qualidade para que os resultados apresentados sejam mais confiáveis.

 

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Autores 

Edson Meneses da Silva Filho, fisioterapeuta, especialista em osteopatia. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Andrei Luiz Sales Teixeira, fisioterapeuta, especialista em osteopatia. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Eli Soares Domingos, fisioterapeuta, especialista em Osteopatia. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 

Jéssica Andrade de Albuquerque, psicóloga especialista em Saúde da Família com ênfase na implantação nas Linhas de Cuidado. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.